Há em Portugal dois momentos políticos principais nos próximos 2 meses.
No final de janeiro, eleições gerais – mas que podem conduzir a um impasse político: todas as sondagens anunciam nova vitória do Partido Socialista com 37 a 40% dos votos, mas depois do divórcio com os partidos da esquerda mais à esquerda fica difícil para o PS recompor a maioria para governar que teve nos últimos 6 anos.
A incógnita é o que poderá fazer o PSD.
As sondagens colocam-no 10 a 14 pontos atrás do PS.
O PSD e o PS são os partidos que têm dominado o sistema político de todo o tempo de democracia em Portugal.
O PS com, sucessivamente, Mário Soares, António Guterres, José Sócrates e agora António Costa.
O PSD com Sa Carneiro, Francisco Balsemão, Cavaco Silva, Durão Barroso, Passos Coelho e agora Rui Rio.
No próximo fim de semana há eleições para líder do PSD. É um confronto que está áspero entre a via social-democrata do atual líder, Rui Rio, e a opção mais liberal de Paulo Rangel.
O resultado é muito incerto.
Rangel propõe uma aliança das várias direitas frente ao PS.
Rio defende que a política portuguesa precisa de entendimentos, o que não significa a repetição da grande coligação PS/PSD que existiu há 35 anos no tempo de Mário Soares e que alguns defendem agora como base para as reformas de que o país necessita.
Na direita portuguesa há uma recomposição: o CDS/PP, com matriz democrata-cristã está em queda livre com lutas internas e apenas 1 a 2 pontos percentuais nas sondagens.
Em contrapartida cresce o Chega partido nacionalista posicionado na extrema-direita com perto de 10% das intenções de voto.
Para o PSD pode ser tentador entender-se com o Chega, mas os comentadores entendem que isso significaria dar ao PS todo o amplo espaço do centro.
Por tudo, muita expectativa sobre os próximos desafios políticos em Portugal: na próxima semana, a eleição do líder do PSD. No final de janeiro, eleições gerais a ver quem vai governar Portugal.