O pesadelo Covid volta a ameaçar a Europa. Para já, a Central e a do Norte.
A Bélgica volta ao teletrabalho obrigatório. A Alemanha regista um novo recorde, 50 mil contágios num dia. Nos Países Baixos, volta a ser encurtado o horário de funcionamento do comércio. A Áustria já está a aplicar o controverso confinamento das pessoas não vacinadas. Munique, na Baviera, já anunciou o cancelamento do tradicional e muito concorrido mercado de Natal.
Comum a todos estes lugares, taxa de vacinação abaixo dos 70%. A percentagem de não vacinados está a ser apontada como causa da nova vaga de Covid que está a pressionar hospitais.
Na Europa do Sul, designadamente em Portugal, Espanha e Grécia, onde a vacinação está acima dos 85%, o numero de contágios também aumenta, mas a maioria dos casos não é grave.
Está evidenciado que a vacina não elimina a covid, mas atenua a gravidade e mortalidade da infeção. Seja como for, é evidente que está aí na Europa, nova vaga da Covid-19.
A experiência dos últimos 20 meses prova que a única forma realista de lidar com o vírus é preparar a sociedade e as autoridades sanitárias para os seus prováveis impactes.
Mesmo que o sucesso da vacinação nos possa poupar aos dramas de Janeiro e Fevereiro, mesmo que haja nas pessoas uma maior capacidade de reagir às adversidades da pandemia, há algo que todos já percebemos: as ameaças que se anunciam obrigam a olhar de frente o problema, antecipar as suas consequências e agir em conformidade.
É assim que em Portugal se multiplicam vozes que recomendam o regresso ao teletrabalho e a retoma da obrigatoriedade do uso de máscara, tal como de apresentação de certificado de vacinação para acesso a espaços públicos fechados.
O cenário mais dramático de novo confinamento parece excluído em Portugal, mas apesar da controvérsia por limitações de liberdade, volta a estar na agenda um programa de restrições para travar esta nova vaga da pandemia.