Há quem lide com as alterações climáticas negando ou menorizando a questão, mas há quem leve o assunto muito a sério e já tenha mesmo diagnóstico de sofrer de eco-ansiedade. Já há em Portugal profissionais de saúde dedicados à questão.
Teresa Pereira, psicóloga na plataforma , está, neste momento, a fazer um doutoramento em Psicologia e Alterações Climáticas, na Universidade do Minho, no qual investiga o impacto das questões ambientais na saúde mental de jovens entre os 16 e os 24 anos.
Source: AAP
O projeto junta um grupo de profissionais que se inspiraram no trabalho já desenvolvido pela , no Reino Unido, dedicado à promoção da saúde mental e bem-estar psicológico em cenário de crise climática.
A eco-ansiedade já se faz sentir entre muitos jovens portugueses, e traz um desafio aos psicólogos, que, como explica Teresa Pereira, a consideram “uma reação adequada, porque corresponde a uma ameaça real e, portanto, é diferente da ansiedade psicológica, em que a resposta está aumentada e é desproporcional face ao risco”.
Conta ainda a eco-psicóloga Teresa Pereira: “No dia-a-dia, com relativa facilidade conseguimos dar conforto e encorajamento a uma pessoa que passa por um processo de eco-ansiedade. As alterações climáticas são um problema imenso, e torna-se mais difícil dar segurança e sentido de controlo às pessoas. Pode realmente levar a sentimentos de desesperança, inação. No fundo, que tornam bastante difícil a capacidade da pessoa para lidar com angústia face ao problema”.
É ainda a eco-psicóloga Teresa Pereira quem explica: “Os mecanismos para lidar com este problema passam por tentar mobilizar sentimentos positivos, a esperança no futuro, resiliência, algum empoderamento da pessoa, o que se consegue por promoção da ação. Uma coisa que se faz muito é incentivar as pessoas a agir. Seja no coletivo ou no ativismo da vida diária, incorporar na vida quotidiana ações que possam contribuir para que possam sentir-se com mais envolvimento com o tema. Também é muito importante o autocuidado: gerir a exposição à informação, como ela é integrada”.
No caso português, é sobretudo em jovens entre os 12 e os 24 anos que está a crescer esta eco-ansiedade.