O presidente da Conferência Episcopal da igreja católica portuguesa (CEP), D. José Ornelas, prometeu esta semana que a Igreja Católica portuguesa fará tudo “para apurar a verdade histórica” dos abusos sexuais cometidos por membros do clero português.
“Faremos tudo para proteger as vítimas, apurar a verdade histórica e impedir estas situações dramáticas que destroem pessoas e contradizem o ser e a missão da Igreja”, declarou, no discurso que marcou o arranque da Assembleia Plenária da CEP de cuja ordem de trabalhos consta a criação de um organismo centralizador das denúncias que forem chegando às comissões criadas em cada diocese para acolher as queixas e proteger as vítimas.
Entre os bispos que lideram cada uma das 21 dioceses subsistem vincadas divergências quanto à pertinência de se fazer avançar em Portugal com um levantamento retrospectivo dos casos de abuso, à semelhança do que já foi feito em países como a Irlanda, França, Alemanha e Polónia, entre muitos outros, e cujos resultados foram, invariavelmente, avassaladores para a estrutura hierárquica das respectivas igrejas.
Portugal é, a par com a Itália e com a Espanha, dos poucos países europeus que resistem aos apelos do Papa Francisco no sentido de trazer o problema de abusos sexuais por padres para cima da mesa.
Agora, a realidade promete mudar.