Fatal excesso de velocidade numa auto-estrada faz cair ministro português da Administração Interna

Portuguese Minister Of Internal Administration Eduardo Cabrita Meets With President Of The Republic Of Kosovo Vjosa Osmani

Source: Corbis News/Getty Images

Confira na crônica desta semana do correspondente do Programa Português da Rádio SBS em Lisboa, Francisco Sena Santos.


Apesar de com eleições gerais em menos de dois meses, e apesar de o parlamento ficar dissolvido neste fim de semana por efeito da convocação de eleições antecipadas para 30 de janeiro, o ministro da Administração Interna (ou do Interior) no governo português, precisamente o responsável pelo processo de organização de eleições foi substituído neste fim de semana.


O até aqui titular, Eduardo Cabrita, demitiu-se e já está substituído pela até aqui ministra da Justiça, Francisco Van Dunen, que passa a acumular funções.


Motivo da substituição: um fatal excesso de velocidade numa auto-estrada.


Nas auto-estradas portuguesas há o limite máximo de velocidade de 120 quilómetros por hora.


É um facto que quase toda a gente excede esse limite todos os dias.


Há carros potentes de altas figuras do Estado que, com frequência, são apanhados em velocidade próxima dos 200km/h.


Ora, o motorista Marco Pontes, a conduzir o ministro Cabrita numa auto-estrada no Alentejo, seguia em excesso de velocidade — 163 km/h, 43 acima do limite máximo previsto pela lei — no momento do atropelamento mortal de Nuno Santos, que integrava uma equipa que limpava vegetação na berma dessa auto-estrada A6 — e, por alguma razão não explicada, esse operário de limpeza foi ao separador central da autoestrada, tendo sido colhido quando a atravessou.


Perante a lei, o ministro não tem culpa, não ia a conduzir. Mas, sendo autoridade, consentiu o excesso de velocidade do carro que o transportava.


O caso gerou grandes polémicas, o ministro fragilizado politicamente, a 2 meses das eleições saiu, para que o caso não fosse um tema incómodo na campanha eleitoral do PS.



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