O uso da energia elétrica está tanto nas nossas rotinas que nem ousamos pensar o que seria a nossa vida sem a luz elétrica, sem o frigorifico e os outros eletrodomésticos. Sem energia para carregar a bateria do telemóvel ou do computador.
Mas a realidade é que há regiões do mundo onde a vida ainda não tem energia elétrica. É o caso para mais da metade da população, milhões de pessoas em países como o Tchad, o Niger, a Liberia, a Serra Leoa.
Sendo que – a luz elétrica é uma invenção que ainda não tem 150 anos. Foi no final do século 19 – Em 21 de outubro de 1879 (ano em que Eça escreveu o Mandarim) que Thomas alva Edison, um americano que a escola tinha considerado pouco capaz mas que era imaginativo e sonhador, que tinha espantosa curiosidade exploradora, conseguiu iluminar uma lâmpada, fazer luz – que se aguentou acesa por quase 14 horas.
Ee conseguiu pôr incandescente vermelho vivo um delgado filamento de metal (carbono) com alta resistência. O posterior desenvolvimento cientifico e técnico – apurou lâmpadas mais perfeitas e duradouras, sendo que este mesmo Edison que a escola tinha desconsiderado continuou a explorar e a revelar-se genial pioneiro no som (registo de vibrações sonoras num suporte material), na telegrafia e até no cinema – a par dos irmãos Lumiéra.
A revolução da luz elétrica é encabeçada por ele, Edison – vai para século e meio.
Agora – neste Verão de 2021 – estamos com um problema: o preço da energia elétrica, na origem, está a ter o preço mais caro de sempre em toda a Europa.
O preço do megavatio por hora sobe todos os dias, a ponto de ameaçar tormentas políticas. E porquê? Estes máximos históricos que se sucedem.
Por cada vez maior aumento da procura, por penúria da produção – e também plo custo dos direitos de emissão de CO2 – decorrente do absolutamente necessário combate às alterações climáticas.
Fica aqui exposto o preço (incontornável) da transição energética. Mas a complicar esta evolução para um planeta com emissões zero – há o problema dos limites com que ainda se confrontam as energias renováveis, neste verão – com uma agravante: os caprichos do vento
Há milhares de turbinas eólicas nos mares no Norte europeu – sobretudo frente às costas de Inglaterra e da Escócia. Foram instaladas com plano de produção elétrica equivalente à de várias centrais nucleares - mas para que produzam – é preciso que haja vento.
Costuma soprar forte – até fortíssimo como para o efeito convém. Mas – como dizem os marinheiros – este verão está a ser nos mares do norte - de bonança como não há memória - o vento não aparece. É bonança para os pescadores mas de hélices paradas.
Nos lugares onde se concentra a máxima capacidade eólica europeia esta penúria de produção em época de alta da procura – faz disparar os preços e o efeito transmite-se pelo sistema de vasos comunicantes – em especial da energia europeia.
Assim fica evidente que a desejada revolução verde forte na agenda europeia tem ainda bases frágeis – é necessária mais inovação tecnológica para nos livrarmos das repudiadas energias fósseis.