Portugal já recebeu nestes dias cerca de 200 refugiados afegãos e prepara-se para receber algumas centenas mais.
Está a crescer a mobilização para acolher pessoas que estão a passar a fronteira do Afeganistão por via terrestre. Há militares portugueses, uma equipa mista com homens e mulheres que estão junto de um dos primeiros campos de refugiados, tratam de acolher quem pediu asilo a Portugal.
São sobretudo mulheres e crianças, e há em Portugal um extraordinário movimento de solidariedade e acolhimento.
Tinha sido assim, há 22 anos, de modo insuperável, com Timor-Leste.
Agora, diferente, mas espantoso o número de famílias que por todo o país está a oferecer-se para receber pessoas do Afeganistão.
Também muito robusta a ação da Mesquita Central de Lisboa. O sheik David Munir, imã desta mesquita, pessoa de grande diálogo e ação solidária, está a montar uma rede para serviço de comida, móveis, roupas e até tradução, a quem, em desespero, está a fugir ao medo de tormenta na vida no Afeganistão.
Uma frase resume o empenho do líder da Comunidade Islâmica: “Vamos encher-lhes o frigorífico, arranjar-lhes roupas e apoiar os serviços do Estado a encaminhar estas pessoas para a escola e para postos de trabalho. Imediatamente, há que os aconchegar e, para começar a integrar, envolve-los em cursos para que aprendam a língua portuguesa”.