Belmondo faz reviver o cinema na ressaca da pandemia

Jean-Paul Belmondo

Source: Sebastien Nogier/Pool via AP, File

Depois da morte recente de Jean-Paul Belmondo, sessões especiais com filmes que tiveram o ator francês como protagonista levam grandes plateias às salas de cinema de Lisboa, que antes estavam vazias


Pode dizer-se que Jean Paul Belmondo, mesmo na hora da morte, aos 88 anos, dá vida às salas de cinema.

É um facto que as casas de espetáculos, após ano e meio de fecho pela pandemia, já começaram a reabrir. Mas praticamente não há espectadores. As salas estão obrigadas a guardar espaços entre as poltronas de cada espectador ou casal de espectadores, mas mesmo assim, as pessoas que antes enchiam as salas de cinema ainda não estavam a voltar.

Mas, nesta segunda-feira, a notícia da morte de Jean Paul Belmondo levou exibidores a programarem sessões especiais com alguns dos cerca de 90 filmes protagonizados pelo enfant terrible, conhecido como Bebel, le magnifique.

Neste cartaz especial estão filmes como Pedro o Louco, O Acossado, duas Mulheres, A Sereia do Mississipi e outros mais. E o facto é: subitamente os espectadores voltaram às salas, atraídos pelo efeito Belmondo, uma das mais icónicas figuras do entretenimento popular francês, um dos rostos da revolução da linguagem cinematográfica que nos anos 1960 Jean-Luc Godard, Claude Chabrol e François Truffaut levaram às salas.

Belmondo fez cinema de autor, fez comédias e foi um vigoroso e auto-suficiente herói de ação que prescindiu, até aos 52 anos, de duplos para executar as peripécias mais complicadas das suas personagens. Não se cingiu aos anti-heróis à margem da sociedade que lhe tinham dado fama e que marcaram o cinema francês da nouvelle vague, também fez muitos filmes de aventura. Belmondo, o ator de pernas tortas e lábios grandes, nunca foi apenas a personagem que o celebrizou em O Acossado, foi bem mais do que isso, tornou-se um grande do cinema, sempre com vida aventurosa.

O Acossado, A Bout de Souffle título escolhido por Jean Luc Godard em 1960, tem Belmondo como protagonista e é mais do que um filme, é uma lenda do cinema. Belmondo, um monumento do cinema francês, tal como Msstroianni no cinema italiano.


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