Dia de Portugal, de Camões e Dia do Povo: presidente de Portugal homenageia os povos do Brasil e Timor

Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal Source: AAP Image/EPA/MARIO CRUZ

Portugal tem em cada ano 4 datas de celebração maior como país, como nação: no 1º de dezembro, celebra-se a independência, em 1640, após 60 anos de ocupação pelos Felipes do reino de Castela, no 5 de outubro, celebra-se a instauração da república, em 1910, no 25 de abril, é a liberdade, conquistada em 1974, após 48 anos de ditadura. E há o dia da pátria, é o 10 de Junho, celebrado como o dia de Portugal.


O dia do poeta máximo, Luís de Camões, autor do poema épico, Os Lusíadas, 10 de Junho é também o dia de celebrar os portugueses pelo mundo, das Américas à Austrália, da Europa a África á Oceânia.

É o dia das Comunidades Portuguesas de diferentes gerações, os tantos lusodescendentes.

Neste 10 de junho de 2022 o presidente de Portugal, o sempre popular Marcelo Rebelo de Sousa recorreu ao cronista dos séculos 14 e 15, Fernão Lopes, que introduziu a expressão “arraia miúda” para designar o povo, a gente comum.

E o presidente Marcelo, no discurso oficial deste 10 de Junho declarou que este é também o 'Dia do Povo'.
O presidente Marcelo celebra o povo de Portugal, o de hoje e o de sempre, mas também quis celebrar o povo que alguma vez foi de Portugal mas que escolheu em liberdade o caminho da independência, e aqui menção especial ao Brasil e a Timor – Timor que há 20 anos foi o fim definitivo do império português (fica o grande afeto), o Brasil que há 200 anos marcou o começo do fim do império.

O Brasil que há 200 anos conquistou a independência. Timor – o povo de Timor – que há 20 anos conquistou a independência.

Há uma mensagem profunda neste discurso do presidente eleito ao centro há 6 anos e meio, reeleito há ano e meio e que agora, pela primeira vez coabita com um governo de maioria absoluta à esquerda, do PS; a mensagem essencial é:  o povo (como na canção de Zeca Afonso) é quem mais ordena, mesmo quando um só partido tem a hegemonia política.

Marcelo inclui nesse 'povo' as comunidades pelo mundo, está implícita uma referência aos lusodescendentes, gente cristã que está a ser perseguida em Myanmar, está implícita uma referência aos timorenses valentes que conquistaram a liberdade e independência de Timor.

Mas também estão tantos nepaleses e bangladeshi que vêm para Portugal trabalhar no campo, como tantos ucranianos que em Portugal se refugiam da dor da guerra.

Todos são em sentido amplo parte da comunidade portuguesa, os portugueses, luso descendentes e os que ao escolherem Portugal passam a integrar a comunidade lusa.

Ausente das cerimónias por “motivos de saúde”, o primeiro-ministro, António Costa, não quis passar ao lado do Dia de Portugal e deixou uma breve mensagem no Twitter.
Siga a  no  e  e ouça . Escute a  ao vivo às quartas e domingos ao meio-dia ou na hora que quiser na 



Share