A brasileira Juliana Peloche, o marido Luciano Moraes, e a estudante de doutorado chilena Carolina Badillo, lideram um projeto para estimular o uso de bicicletas como meio de transporte por meio do empréstimo de bicicletas para os estudantes internacionais.
“A gente recicla as bicicletas, que são doadas, que vêm para a gente em condições muito boas. Nós fazemos uma análise das bicicletas, vemos o que precisa ser modificado nelas para estarem condições seguras para emprestarmos para os alunos”, disse Juliana.O grupo coordena o , localizado na cidade litorânea de mesmo nome, ao sul de Sydney, em Nova Gales do Sul (NSW), que tem pouco mais de 300 mil habitantes.
A brasileira Juliana Peloche (esq.) e a chilena Carolina Badillo (dir.) lideram o clube de ciclismo da Universidade de Wollongong. Source: Supplied/Juliana Peloche
Até o momento, o grupo já emprestou cerca de 24 bicicletas para estudantes internacionais, na sua maioria a mulheres, para incentivar também a sua utilização entre este gênero.
Além de fazer o empréstimo, o grupo fornece curso de segurança e manutenção das bicicletas. “Antes de receber a bicicleta, os estudantes têm que fazer uma aplicação de um formulário e passar por um curso sobre a bicicleta e regras de trânsito. E, duas vezes por ano, a gente dá um curso de manutenção das bicicletas. Assim, as bicicletas chegam de volta para a gente em boas condições para o próximo usuário”, explicou Juliana.
Manutenção das bicicletas na Universidade de Wollongong. Source: Supplied/Juliana Peloche
O projeto é financiado pelo governo de NSW, em preparação para o , que acontecerá em Wollongong em setembro.
“Nós recebemos fundos da UCI para que o projeto possa ficar na comunidade para além do Campeonato Mundial em setembro”, contou Juliana.Protegendo o meio ambiente
As bicicletas são emprestadas para os estudantes internacionais sem nenhum custo. Source: Supplied/Juliana Peloche
Além de ser um transporte acessível e mais barato para os estudantes internacionais, o uso da bicicleta também é um meio sustentável.
"Trabalhamos com bicicletas que são doações de segunda mão e, com os recursos que recebemos do governo, compramos os cabos e as peças necessárias para consertar as bicicletas de segunda mão”, contou a estudante chilena Carolina Badillo.
Mas a tarefa de estimular o uso da bicicleta traz desafios, entre eles, conscientizar os motoristas sobre o respeito e a tolerância com as pessoas que andam de bicicleta nas ruas urbanas ou nas rodovias.“Há quem considere a construção de ciclovias um uso inadequado de recursos”, lamenta Carolina Badillo, que em 2021 foi atropelada por um veículo enquanto andava de bicicleta.
Encontro do clube de ciclismo da Universidade de Wollongong. Source: Supplied/Juliana Peloche
“Foi uma experiência muito desagradável”, explica, acrescentando que é fundamental educar tanto os motoristas quanto os pedestres sobre o espaço que os ciclistas precisam para viajar com segurança.
Carolina reconhece que é preciso tempo e esforço para educar os motoristas e pedestres.
"Com diálogo e ação é perfeitamente possível mudar esse cenário para melhor", conclui Carolina, feliz por saber que quanto mais bicicletas pode emprestar, mais pessoas vão se exercitar e menos carros vão poluir o meio ambiente.
Clique no botão “play” na imagem que abre este artigo ou ouça no seu agregador de podcasts favorito.
Siga a no , e e ouça . Escute a ao vivo às quartas e domingos ao meio-dia ou na hora que quiser na .