O estudo internacional, que incluiu investigadores da Universidade de Sydney, descobriu que “a incapacidade de ficar equilibrado numa só perna por 10 segundos, em fase jovem adulta, está ligada a uma multiplicação do risco de morte, por qualquer causa, pelos próximos 10 anos”.
Este estudo sugere que “este teste de equilíbrio [ficar num só pé] é simples, seguro e deve ser incluído nos exames de saúde de rotina dos idosos”.
Os investigadores basearam-se nos participantes do estudo CLINIMEX, um programa brasileiro estabelecido em 1994 que visa “avaliar as associações entre várias medidas de aptidão física, variáveis relacionadas ao exercício e fatores de risco cardiovascular convencionais, com problemas de saúde e morte”.
A nova análise incluiu 1.702 participantes, todos brasileiros de etnia branca, com idades entre 51 e 75 anos, no seu primeiro check-up, entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2020.
Cerca de dois terços dos participantes eram homens.
Peso, tamanho da cintura e várias medidas de espessura de dobras cutâneas foram analisadas. Também foram recolhidos detalhes da história médica. E foram incluídos no estudo apenas os participantes com marcha estável.
Durante o check-up, foi pedido aos participantes que se mantivessem numa perna por 10 segundos, sem nenhum apoio adicional.
Especificamente para melhor analisar os padrões do teste, “os participantes foram solicitados a colocar a frente do pé livre na parte de trás da perna oposta, mantendo os braços ao lado do corpo e o olhar fixo à frente”.
Foram permitidas, a todos os participantes, até três tentativas em cada pé.
Cerca de um em cada cinco participantes falhou no teste.
A taxa de insucesso aumentou com a idade, “duplicando, mais ou menos, em intervalos subsequentes de cinco anos, dos 51 aos 55 anos”.
Entre o grupo dos 51 e 55 anos, quase 5% falharam, pouco menos de 37% falharam entre aqueles com idade entre 66 e 70 anos.
Mais de metade das pessoas com 71 a 75 anos não conseguiu completar o teste.
Resumindo: “as pessoas nessa faixa etária falharam no teste cerca de 11 vezes mais, comparativamente com as pessoas apenas 20 anos mais jovens”.
A estatística do número de mortes
Durante um período médio de monitorização de sete anos, 7% dos participantes morreram.
Cerca de dois terços das mortes foram por cancro ou doenças cardiovasculares.
Os investigadores relatam ainda que “não houve tendências temporais claras nas mortes, ou diferenças nas causas, entre aqueles que foram capazes de completar o teste e aqueles que não conseguiram”.
Mas a proporção de mortes entre aqueles que falharam no teste foi significativamente maior: 17,5% contra 4,5%.
Em geral, “aqueles que falharam no teste tinham uma saúde pior: uma proporção maior desses participantes era obesa e/ou tinha doenças cardíacas, pressão alta e perfis de gordura no sangue não saudáveis”.
A diabetes tipo 2 foi três vezes mais comum neste grupo: 38 por cento versus cerca de 13 por cento.
Depois de contabilizar idade, sexo e condições subjacentes, a incapacidade de ficar sem apoio numa perna por 10 segundos foi associada a um risco aumentado de 84% de morte por qualquer causa na próxima década.
Os investigadores concluem que o teste de equilíbrio de 10 segundos “fornece feedback rápido e objetivo para o paciente e profissionais de saúde, em relação ao equilíbrio estático” e que o teste “acrescenta informações úteis sobre o risco de mortalidade em homens e mulheres de meia-idade e idosos”.
As boas notícias
Para a maioria dos idosos, o seu equilíbrio pode ser melhorado significativamente com exercícios específicos.
Se quiser testar o seu equilíbrio, coloque a frente do pé livre na parte de trás da perna oposta, mantendo os braços ao lado do corpo e o olhar fixo à frente.
E não desanime se não conseguir aguentar a posição imediatamente. Pode demorar um pouco. Mas quanto mais tentar, mais progresso fará. E existem muitos recursos para idosos na internet que poderá explorar sozinho ou com alguém que o possa acompanhar no exercício.
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