O certificado de vacinação que nos últimos meses tinha sido um passaporte no ecrã do telemóvel para acesso a quase tudo passa a ser preciso apenas em quatro grupos de situações: viagens aéreas ou marítimas, visitas a hospitais, centros de saúde e residências para idosos, grandes eventos culturais, desportivos e corporativos, e bares e discotecas.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, deixa de ser obrigatório usar máscaras nos restaurantes e pequenos estabelecimentos de comércio.
O levantamento de restrições tem efeito a partir do dia 1 de Outubro, data em que o país passará do estado de contingência para o estado de alerta, com a COVID a passar a estar equiparada a outras doenças contagiosas, por se considerar que a vacina instalou imunidade de grupo no país.
Uma das medidas restritivas que cai é a obrigatoriedade de, para entrar em restaurantes e hotéis, apresentar o certificado digital COVID-19 – este certificado fica disponível, em formato digital, no smartphone de todos os vacinados, neste momento 86% da população portuguesa.
Os bares e discotecas (fechados há ano e meio) podem reabrir a partir do dia 1 Outubro, estando, como já ficou dito, a entrada vinculada à apresentação do certificado ou de teste negativo à COVID-19.
Em restaurantes, ginásios, estabelecimentos turísticos e alojamento, esse comprovativo deixa de ser necessário (nem certificado nem teste).
A máscara passa, então, a ser obrigatória apenas em locais onde esteja população de maior risco, como o caso de lares para idosos ou hospitais; locais com grande afluência populacional, como as grande superfícies comerciais; e locais onde as pessoas permanecem durante longos períodos de tempo, como as salas de espectáculo ou as salas de aula.
Portugal, país com 10,2 milhões de residentes, teve desde o primeiro caso em 2 de março de 2020, 1.065.633 casos de covid-19 e 17.947 óbitos associados à doença.
Em janeiro deste 2021, com a escalada da variante Delta, Portugal teve em vários dias mais de 300 mortes a cada 24 horas e os hospitais entraram em saturação com milhares de hospitalizados por COVID-19. Agora, há 400 hospitalizados e o número de mortes por dia oscila entre 5 e 10.
Os epidemiologistas estão a repetir que num país que é ponte entre continentes, como é o caso de Portugal, é utopia pensar-se em mortes por COVID-19 reduzidas a zero. Enquanto grande parte do mundo continuar sem ser vacinada, os contágios vão continuar. Mas os vacinados, apesar de poderem ser infetados, apenas deverão contrair forma ligeira da doença.