Os socialistas ganham folgadamente as municipais portuguesas mas a inesperada derrota em Lisboa cria agitação política

Carlos Moedas

Carlos Moedas, candidato apoiado por uma frente de direita, vence eleições em Lisboa por apenas 2.300 votos sobre rival socialista Fernando Medina. Source: Álvaro Isidoro / Global Images/Sipa USA

Fernando Medina, do Partido Socialista, candidato à reeleição como presidente da câmara de Lisboa e favorito nas pesquisas, perde para Carlos Moedas, candidato à direita, por menos de um ponto percentual de diferença.


A diferença de 2300 mil votos está a desencadear uma borrasca política em Portugal: Fernando Medina, candidato à reeleição como presidente da câmara de Lisboa nas listas do PS aparecia em todas as pesquisas como superfavorito.

As diferentes sondagens davam-lhe entre 7 a 16 pontos percentuais de vantagem sobre Carlos Moedas, ex-comissário europeu e candidato apoiado por uma frente de direita.

O socialista Medina aparecia mesmo como um dos favoritos para a futura sucessão do primeiro-ministro, também socialista, António Costa.

Mas contados os votos dos eleitores de Lisboa, Fernando Medina tinha menos 25 mil votos do que o alcançado nas eleições de há 4 anos – a maioria desses votos foi para o candidato da esquerda comunista, João Ferreira.

O candidato à direita, Carlos Moedas nem progrediu muito, somou mais 3 mil votos do que a soma do PSD, do CDS e dos outros partidos apoiantes há 4 anos, o bastante para levar a melhor sobre o socialista Medina, por menos de um ponto percentual de diferença.

Surpresa máxima, a direita eufórica e a esquerda irritada.

De facto, o conjunto da esquerda continua a dominar o município de Lisboa: há 17 vereadores, 7 são da frente de direita, outros 7 do partido socialista, dois da coligação comunista e um (uma) do Bloco de Esquerda.

Mas o presidente da capital portuguesa, pela primeira vez em 14 anos, é das direitas, o suficiente para quem é das direitas e muitos comentadores clamarem que é o arranque para a viragem de Portugal à direita.

O facto, porém é o de que o Partido Socialista é o vencedor destas eleições, conquistou a presidencia de 149 municípios e o PSD apenas 114.

Mas a conquista de Lisboa é vista como um triunfo político. Moedas superou Medina por 2300 votos mas apesar de o Partido Socialista superar o PSD por 600 mil votos no total nacional, o Portugal político está em frenesim.

É facto que uma outra frente de direita também arrebatou Coimbra ao PS o bastante para este partido, sendo vencedor claro no país, ser um vencedor em amargura, sobretudo por ter perdido a jóia da coroa, a presidência da cidade de Lisboa. Consola-se com a liderança dos municípios vizinhos, Almada que era alvo principal para os comunistas, Amadora, ambicionada pela direita populista e Loures, conquistada aos comunistas.

No país, 149 municipios para o PS, 114 para o PSD, 20 para independentes (entre eles, Rui Moreira no Porto,m Santana Lopes na Figueira da Foz e Isaltino de Morais em Oeiras), a coligação comunista fica com 19 presidências e o CDS-PP mantem seis.




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