O auge da variante "Delta" da COVID-19 ameaça os jovens portugueses e está a pôr a Europa em alerta

COVID-19 smart screening center in Lisbon, Portugal.

Source: LUSA

Confira na crônica do correspondente da SBS, em Lisboa, Francisco Sena Santos.


Subitamente, outra vez alarme com a COVID-19, a ponto de terem voltado restrições à circulação. O número de casos de COVID-19 em Portugal continua a aumentar — e com ele, o aumento dos internamentos.


A diferença, deste vez, é que os casos atingem praticamente apenas populações jovens. Quase toda a população acima dos 50 anos já está vacinada e a vacina confirma-se eficaz. O grupo etário que está a aparecer com mais casos é o que está entre os 16 e os 30 anos. Ser jovem pode ser um fator protetor, mas não impede as piores consequências da doença. A mortalidade é baixa, mas o sofrimento é na mesma intenso.


A variante "Delta" do coronavírus, associada à Índia, é responsável por mais de 70% dos casos de infeção na região de Lisboa e impõe-se como a predominante em Portugal, e isto com o tempo muito quente de verão que se julgava hostil ao virus.


Na última semana, Portugal registou um aumento de 34% nas novas infeções. Também se registou um crescimento de 30% nos internamentos e 26% nos internados em unidades de cuidados intensivos. A pressão no Serviço Nacional de Saúde é evidente.


O boletim da Direção Geral de Saúde assinala nas 24 horas desta última sexta-feira 1604 novos casos de covid-19 em Portugal (1604 num só dia), bem como duas mortes e 857 recuperações em 24 horas.

Quanto aos novos casos, estes 1604 representam o valor mais alto registado nos últimos quatro meses, desde que a 19 de fevereiro, época crítica em que Portugal chegou a enfrentar 300 óbitos em 24 horas, se assinalaram 1940 infeções.


Por idades, na última semana:


128 casos em jovens com menos de 9 anos.


245, entre os 10 e os 19.

329 entre os 20 e os 29 anos.


263 entre os 30 e os 39.


Mas no grupo 70/79, apenas 68 casos. E acima dos 80, apenas 34.


É a confirmação de que a vacina protege.


Portugal teve na última semana a média de quase 3 mortes por dia, devido à COVID-19.


Os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, na qual é proibido entrar e sair ao fim-de-semana, estão todos acima do limite de incidência de 120 casos por 100 mil habitantes. Os concelhos com mais casos são Lisboa (438), Sesimbra (391), Moita (324), Barreiro (294) e Oeiras (291).


Mas é o Algarve que tem o R(t), ou seja, índice de transmissibilidade, mais elevado, chegando a 1,34  ainda que tenha 83 novas infeções diárias, segundo o relatório do Instituto Dr. Ricardo Jorge (INSA) divulgado esta sexta-feira.

Os dados apontam para uma incidência de 167,2 casos por 100 mil habitantes nos Açores, enquanto as regiões do Alentejo (82,4), Norte (65,3), Centro (55,2) e da Madeira (44,9) se encontram em níveis mais reduzidos e abaixo da linha definida pelos peritos como sinal de alerta (120).

Siga a e no  e  


Share