Guterres, 72 anos, viu confirmada a sua recondução no cargo e diz que o mundo está numa encruzilhada: ou cai numa “crise sem fim”, ou avança para “um futuro melhor, mais verde e mais seguro para todos.”
Foi por unanimidade que a Assembleia-Geral das Nações Unidas reconduziu Guterres para um segundo mandato como secretário-geral da organização, até 2026. Representantes dos vários grupos regionais de Estados-membros louvaram os méritos do ex-primeiro-ministro português no quinquénio cessante, numa cerimónia em que esteve o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Guterres aceitou a nomeção falando em inglês, francês e espanhol. Declarou-se “multilateralista devoto” e “português orgulhoso”. Reconhecendo que o desafio que tem pela frente é “colossal”, o antigo líder socialista pediu aos 193 países da ONU que decidissem assumir a distribuição de vacinas contra a Covid-19 como “prioridade mundial absoluta”.
Guterres, prometendo ser mediador e “construtor de pontes”, propõe um esforço conjunto em prol de uma “recuperação justa, verde e sustentável”.
Em volta do secretário geral está assumido que depois de quatro anos muito difíceis em que a pandemia se juntou à obstinação unilateralista de Trump, agora a onda multilateralista ativada por Biden facilita as principais tarefas, que vão da urgência do combate às alterações climáticas ao regresso às negociações na Palestina, passando pelo reforço do papel da mulher e dos jovens e, em fundo, promover a paz e o desenvolvimento sustentável pelo mundo.