Juiz português tem visão arcaica da mulher, de que merece apanhar e sofrer se trair o marido

Indignação em Portugal

Protesto contra a violência contra a mulher "Mexeu com uma, Mexeu com Todas", 25 Maio 2017, no Porto Source: Julianji Matti - Facebook event

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A indignação em Portugal com o juiz que justifica a violência de género quando a mulher (não o homem) é infiel.


Em repercussão ao debate em Portugal, as Conselheiras das Comunidades Portuguesas alertaram para violência contra as mulheres em todo o mundo.

Treze conselheiras das Comunidades Portuguesas publicaram um comunicado aonde repudiaram com veemência a polêmica e inacreditável decisão do juiz português Neto de Moura, num caso de violência doméstica, aonde uma mulher extremamente ferida pelo ex-marido e pelo amante foi considerada culpada pela ação deles.

Para as conselheiras, a decisão do juiz foi "redigida em termos machistas e discriminatórios".

No documento, elas dizem que "As Conselheiras das Comunidades Portuguesas julgam ser seu dever repudiar um exercício da Justiça em que crenças religiosas e morais pessoais são utilizadas para justificar e minimizar a responsabilidade dos agressores".

o juiz relator Neto de Moura minimizou a culpa do agressor pelo fato da vítima ter cometido adultério e invocando a Bíblia, o Código Penal de 1886 e até civilizações que punem o adultério com pena de morte para justificar a violência cometida contra a mulher.

O comunicado foi assinado pelas conselheiras das Comunidades Portuguesas da áfrica do Sul, Argentina, Brasil, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Suíça, Venezuela e também por Melissa da Silva e Sílvia Maria Renda, conselheiras da Austrália.

Ouça aqui a crónica de Sena Santos, correspondente do Programa Português da Rádio SBS em Portugal.



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