Depois da cerimónia, o coração será transportado para o Palácio Itamaraty, também na capital brasileira, onde ficará em exibição “controlada” até às comemorações do bicentenário da independência do país, a 7 de Setembro, regressando depois ao Porto, onde se prevê que chegue a 9 de Setembro.
Antes de viajar do Porto para Brasília em avião da Força Aérea Brasileira, o coração de D. Pedro vai estar em exposição pública antes da sua trasladação para o Brasil para as cerimónias do bicentenário da independência do Brasil.
O coração do rei vai estar em exposição nos dias 20 e 21 de Agosto na Igreja da Lapa, no Porto. Deverá depois ser transladado, com pompas, durante a noite do dia 21 de Agosto para o Brasil.
O processo de independência brasileira principiou quando D. Pedro, o príncipe português e regente do Brasil, ao receber no Rio de Janeiro em 9 de Janeiro de 1822 uma petição popular para que não abandonasse o país como queriam as Cortes, decidiu ficar.
O dia permaneceu como “Dia do Fico”, dada a resposta categórica do regente: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico!”
A independência tem o seu símbolo maior no grito “Independência ou morte” lançado por ele a 7 de Setembro do mesmo ano nas margens do riacho Ipiranga em São Paulo. Mas só se consumou com a sua aclamação como imperador do Brasil a 12 de Outubro de 1822, no Campo de Santana, no centro do Rio de Janeiro, hoje Praça da República.
A independência, alcançada de forma tão original no seio da monarquia colonizadora, não levantou conflitos de maior com a ex-colónia, embora o reconhecimento formal do novo país tenha tardado. O pai de D. Pedro I, D. João VI, havia regressado em 1821 a Lisboa depois do longo exílio a que as invasões napoleónicas o tinham forçado, para, a 1 de Outubro de 1822, jurar a primeira Constituição portuguesa. Há quem diga, entre historiadores, que a independência brasileira foi combinada entre pai e filho.
A celebração, há 100 anos, do primeiro centenário da independência teve um feito aeronáutico.
Foi para assinalar o primeiro centenário da independência do Brasil que Sacadura Cabral e Gago Coutinho partiram de Lisboa a 30 de Março de 1922 no hidroavião Lusitânia. Haveriam de alcançar o Rio de Janeiro a 17 de Junho, depois de duas trocas de aeronave derivadas de avarias: primeiro mudaram para o Pátria; e depois para o Santa Cruz.
A viagem demorou dois meses e meio, mas o voo foram dois dias e meio. A revista Ilustração Portuguesa chamou-lhe “um beijo através do Atlântico”.´
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