A técnica desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará usa pele de tilápia desidratada e esterilizada em queimaduras.
A pele é rica em colágeno que atua como curativo na área queimada, ajudando a acelerar a cicatrização e o crescimento da pele nova.Os veterinários tratam de animais que sofreram queimaduras durante os incêndios devastadores no Pantanal, em parceria com pesquisadores para usar a pele de tilápia em algumas das vítimas de queimaduras, como veados e até cobras.
A técnica desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade Federal do Ceará usa pele de tilápia desidratada e esterilizada para tratar queimaduras Source: Viktor Braga/UFC
Os pesquisadores levaram 130 curativos biológicos de tilápia ao Pantanal, que deve permitir o tratamento de cerca de 40 animais feridos, entre onças pintadas, tamanduás e ouros bichos.
No Brasil, é a primeira vez que essa técnica é usada em animais silvestres, mas o mesmo grupo de pesquisadores levou a técnica a veterinários da Califórnia que tratam de ursos feridos em incêndios recentes na costa oeste dos Estados Unidos.
O tratamento dos animais e a formação dos veterinários, não teve apoio do governo brasileiro, e foi financiado por uma campanha de angariação de fundos chamada Pantanal em Chamas organizada pela ONG Ampara Silvestre.
Beatriz Odebrecht, pesquisadora e veterinária da Universidade Federal do Ceará, disse que entrou em contato com a ONG e disponibilizou o banco de pele da universidade para tratar os animais feridos pelos incêndios.
Um quarto do Pantanal foi consumido pelo fogo, segundo imagens de satélite da Universidade Federal do Rio de Janeiro.