Portugal fecha por um mês e alguns hospitais decretam situação de catástrofe

Jovens usam máscaras em Madri: Europa vive o desastre da segunda onda

Jovens usam máscaras em Madri: Europa vive o desastre da segunda onda. Source: AP

O desleixo na época de Natal, a falsa de sensação de alívio com a vacinação e a nova variante britânica do coronavírus são as causas apontadas por peritos pela situação trágica que se abate sobre a Europa


Foram 152 mortes por COVID-19 nas 24 horas entre as últimas terça e quarta-feiras em Portugal. Muita da classe política portuguesa está em isolamento profilático depois de o vice-presidente do 2º maior partido, Salvador Malheiro, do PSD, ter testado positivo e só ter sabido da contaminação depois de um dia em encontros políticos – entre eles, com o Presidente da Republica

Marcelo Rebelo de Sousa que é candidato (e favorito) à reeleição daqui a duas semanas, em 24 de janeiro. Chegou a testar positivo na noite de segunda-feira, entrou em isolamento, mas já teve análise negativa ao virus.

É com este cenário, com 600 doentes em cuidados intensivos e com vários hospitais a declararem situação de catástrofe e a não poderem receber mais doentes, que o governo vai declarar nesta quarta-feira o fecho do país, lockdown por, para já, um mês.

Os peritos em saúde pública apontam duas origens para este desastre: por um lado, os portugueses desleixaram a prevenção nos dias do Natal, por outro, a chegada da vacina reforçou a sensação de alívio. Acresce um terceiro fator: há muito relacionamento comercial e de pessoas entre Portugal e o Reino Unido. Ora, estão a disparar casos da variante britânica da COVID-19. Portugal e Irlanda são os países mais atacados, para além da Suécia, que já estava em emergência.

Referi que alguns hospitais declaram situação de catástrofe e não recebem doentes novos. Seja como for, o Serviço Nacional de Saúde está a garantir assistência em outros hospitais.

Há doentes que estão a ser transportados em helicópteros medicalizados de Lisboa para o Porto.

A situação está crítica em toda a Europa. O Reino Unido registou na terça-feira mais 1243 mortes, o segundo valor diário mais alto na pandemia. Nestas mesmas 24 horas morreram 891 pessoas na Alemanha, 616 em Itália, 408 em Espanha, 362 pessoas em França.

Na Alemanha, a chanceler Merkel fala de mais dois meses de lockdown, em Itália já há proposta de fechar até Julho.

Um ano depois, a COVID-19 supera tudo o que de pior se poderia imaginar.

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