Portugal teve nesta terceira semana de agosto a média de 12 mortes diárias por infeção covid e também em média 2500 novas infeções em cada dia.
Há ao todo 45 mil casos ativos, isto é, 45 mil pessoas contaminadas e por isso em isolamento, sendo que 687 em internamento hospitalar e 143 em unidades de cuidados intensivos para suporte de vida em apoio à recuperação.
É, portanto, um quadro que comparado com o atual da Austrália ou da Nova Zelândia, se afigura muito mais dramático, no entanto, o que se sente, de modo generalizado em Portugal e que é subscrito quer por epidemiologistas, quer infectologistas e intensivistas é: otimismo.
Uma avaliação que é validada quer pelas autoridades d saúde quer pelo governo.
E porquê este otimismo: porque 70% da população portuguesa já está duplamente vacinada, ou seja, está declarada imunizada.
Está previsto que nas próximas três semanas também fique duplamente vacinada toda a população portuguesa com mais de 12 anos. Está em curso, de modo intensivo a vacinação do grupo etário entre os 12 e os 18 anos.
Acima dos 18, é residual o número de pessoas por vacinar. É insignificante, menos de 0,5% o número de pessoas que em Portugal recusa a vacina.
É legítimo argumentar-se: mas, apesar de tanta gente vacinada, continua a haver média de 12 mortes por dia e 2.500 novos contágios por dia.
Argumentam os epidemiologistas e as autoridades de saúde: a maioria das mortes ocorre em pessoas que juntam à infeção Covid-19 outros graves problemas de saúde. A infeção Covid-19 é fixada como causa de morte porque acelera um processo com quadro irreversível.
Está a ser muito invocada a comparação com a gripe: no ano anterior ao surgimento da Covid-19 houve em Portugal 3 mil mortes por gripe.
O argumento é o de que temos de nos preparar para conviver com a covid tal como convivemos com a gripe.
Obviamente, a Covid-19 é um inimigo cujo ataque tem consequências muito mais devastadoras. Mas a vacina neutraliza o potencial mais crítico da Covid. Está verificado, designadamente nos casos em Portugal, que os vacinados que mesmo assim são contaminados ou não chegam a ter sintomas ou, quando os têm, recuperam rapidamente.
Considera-se, portanto, que a vacina é a chave sendo que se instala a dúvida sobre o tempo de validade da vacina. Vários especialistas em Portugal estão a apontar para 3ª dose da vacina ao sexto mês após a dupla vacinação. Mas ainda não há qualquer decisão tomada nesse sentido, sendo que está intenso o debate sobre a falta de vacinas em vários países quer de África quer da América Latina.
Os dados evidenciam que a vacina reduz fortemente a ameaça do SARS-CoV-2, ainda que sem a eliminar.
É por isso que em Portugal apesar de estar a ser levantada a maior parte das restrições (apenas as discotecas continuam sem poder abrir), mantem-se a obrigatoriedade de uso de máscara, por esta ser considerada como travão ao contágio. E as pessoas, mesmo em volta das praias, exceto nas zonas de banhos, estão a usar máscaras.
As escolas reabrem daqui a um mês e também com obrigatoriedade de medidas limitadoras do contágio, no essencial, com distância entre os estudantes.
Um pneumologista comentava esta manhã: com estes cuidados, não só vamos conter a covid como vamos evitar casos de gripe.