Investigadores da Faculdade de Ciências de Lisboa estão a desafiar os cidadãos portugueses para que nas férias se ponham a observar as raras espécies de cigarras que existem em Portugal e que aproveitam o verão para cantar e acasalar. A maioria das 13 espécies até agora conhecidas estão em estado vulnerável e os cientistas querem estuda-las melhor.
Apurar ouvidos, ter material de vídeo ou de fotografia à mão e captar som e imagem de cigarras é o desafio que uma equipa de investigadoras do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa dirige este verão a quem vive ou passa férias em zonas onde possa ouvir o canto destes insetos, que passam o resto do ano debaixo de terra.
Estes insetos passam muito tempo debaixo de terra, mas os cientistas não sabem exatamente quanto, nem se hibernam verdadeiramente, ou se depois de acasalarem ficam simplesmente no subsolo três ou quatro anos, a alimentar-se de raízes de uma variedade de plantas enquanto os ovos eclodem e crescem.
Por quererem saber mais, os cientistas lançaram o desafio de "ciência cidadã”, convidando as pessoas a monitorizar as populações de cigarras que se distribuem pelo país, tendo em conta que junho, julho e agosto são os meses em que estas mais são ouvidas.
Os cientistas têm a noção de que estas cigarras estão sob ameaça. As maiores ameaças que pairam sobre estas espécies estão ligadas à atividade humana, sobretudo a pressões com origem na atividade agrícola e expansão urbanística. Daí a necessidade de as conhecer melhor para as proteger.