O governador de São Paulo, João Doria, está entre as autoridades estaduais e municipais que aumentaram as restrições da Covid 19 à medida que o surto no país atinge níveis recordes, alimentado por variantes locais mais contagiosas.
No entanto, muitos brasileiros ainda desafiam as medidas, incentivados pelo presidente Jair Bolsonaro, que critica os confinamentos por considerá-los desnecessários e defende a reabertura da economia.
As autoridades de São Paulo têm tomado medidas cada vez mais drásticas para mostrar que falam sério, incluindo batidas policiais em festas clandestinas.
Um grupo de policiais armados interrompeu uma festa durante o lockdown em São Paulo com cerca de 600 pessoas em uma boate sem janelas no bairro Capão Redondo em São Paulo na madrugada de sábado (13 de março).
Com machados e fuzis, policiais arrombaram a porta da boate lotada. Centenas de jovens, alguns deles usando máscaras, se encolheram na pista de dança enquanto a polícia silenciava a música e prendia os organizadores.
Eduardo Brotero, o policial que comandou a operação disse que a ação salvou vidas. "Uma verdadeira sodoma e gomorra dos tempos atuais," disse.
Para Jefferson dos Santos, um dos participantes da festa que foi forçado a deixar o local, todos os presentes sabiam do risco que estavam correndo, "de contrair uma doença ou levá-la para os familiares em casa."
Rubem Cesar Fernandes, diretor da organização social Viva Rio, e coordenador do projeto SOS Favela, disse à SBS em Português, que a falta de uma liderança nacional organizada causou confusão e foi ampliada pelo comportamento irreverente do brasileiro. "Como se o brasileiro não soubesse viver sem festa."
Carlos Marera, diretor de fiscalização da agência de defesa do consumidor, Procon-SP disse que festas clandestinas na cidade de São Paulo são organizadas pela internet e que multou cerca de 100 estabelecimentos por violarem as restrições da Covid 19.
"Estamos vivendo uma situação caótica, com hospitais sem vagas em UTIs, e jovens ainda agem de forma inconsequente realizando esse tipo de evento clandestino. O momento exige que, por cautela, festas não sejam realizadas para evitar a disseminação do vírus", afirmou Carlos Marera em nota ã imprensa.