Receber amigos em casa ou encontrá-los num restaurante, ou num bar, ou numa sala de espetáculos, para conversar, festejar ou consolar, é um desejo que ainda segue no passado. Com esperança de que esse tempo feliz volte mais para diante neste ano, com toda a liberdade recuperada.
Pandemia significa que o vírus está por todo o lado. Tem-nos confrontado com uma ameaça ao mesmo tempo iminente e indeterminada. Não sabemos onde está a ameaça, sabemos que pode estar em toda a parte. E que é irresponsável não a levarmos a sério e não acatarmos as limitações, por muito duro que seja o custo.
Nestes últimos 12 meses, as coordenadas que costumavam organizar o nosso tempo ficaram alteradas. As horas e os dias e as semanas ficaram substituídos pelos decretos sobre o estado de calamidade ou de emergência.
O monstro entrou devagarinho. O primeiro contágio foi detetado em Portugal no dia 2 de março de 2020: um médico, com 60 anos, recém-regressado de dias de férias em Itália, o lugar ao tempo mais fértil da Europa para a epidemia Covid-19, então já em pandemia, com altíssima intensidade de propagação.
Passado agora precisamente um ano, números oficiais portugueses:
Infetadas, ao longo deste ano, 805.647 pessoas.
Faleceram 16.389.
Pico da crise foi em janeiro já deste ano, a seguir às festas do Natal, quando o número de mortes foi, sucessivamente, cerca de 300 por dia.
O país fechou o comércio, os restaurantes, as escolas, foi o suficiente para os números caírem a pique – de 300 para, ontem, 38 mortos.
Portugal que chegou, no começo de fevereiro, o pior da Europa em número de contágios, já voltou ao lado dos melhores em percentagens e está a vacinar acima da média europeia.
Há esperança de começo de desconfinamento (apenas começo) em abril, a seguir à Páscoa. E que lá para agosto, grande parte da população portuguesa já esteja vacinada.