Nota-se a influência da vivência de Madonna em Lisboa, na maneira como foi absorvendo matrizes identitárias consensuais, como o fado, e outras mais recentes e em construção, como são as novas linguagens afro-portuguesas.
Também tem faixas que apontam para uma nova tendência pop, sob a forma de canções inspiradas por ritmos e atmosferas latinas. Há incursões por variações do hip-hop como o trap, o dancehall jamaicano ou a pop electrónica de dança.
O título do álbum, 14º de Madonna, “Madame X” é, como a própria revelou, o nome que a coreógrafa e professora de dança Martha Graham lhe deu, nos idos anos 80, por estar constantemente a mudar de personalidade. Encaixa na perfeição num disco que explora facetas muito diferentes da sua personalidade musical.
Entre os temas que denotam influências mais directas da sua estadia lisboeta encontramos Batuka, com as vozes e percussões das Batukadeiras e em que os motivos percussivos africanizados se misturam com elementos electrónicos, terminando tudo num envolvimento orquestral.
Até que ponto a cantora preferida da geração MTV conseguirá conquistar na atualidade os públicos fragmentados e pulverizados da geração YouTube? É o que fica para saber.
Madonna tem uma casa em Lisboa e o filho, David Banda, joga pelo Benfica Source: Pedro Fiuza/NurPhoto via Getty Images