Aí está a demonstração de como um rapaz filho da 2ª geração de emigrantes africano, pai guineense e mãe portuguesa, criado num bairro da periferia de Lisboa pode triunfar como primeiro bailarino do famoso Royal Ballet de Londres.
É o que acontece com o português Marcelino Sambé.
Aos 25 anos, Marcelino chega ao topo desta prestigiada companhia britânica de dança.
Marcelino andava numa escola de Paço de Arcos, a 10 km de Lisboa e gostava de ir – ia todos os dias para um centro comunitário onde havia sempre danças africanas.
A agilidade do corpo dele – e as modulações do ritmo a dançar logo deram nas vistas.
A escola fazia orientação profissional aos alunos e uma psicóloga recomendou vivamente que o pequeno Marcolino fosse estudar para o Conservatório de Música de Lisboa.
Mais que jeito, era vocação, e no ballet Marcelino Sambé tornou-se nada menos que “brilhante” e “extraordinário”, nas palavras dos entendidos.
A prová-lo, chegaram outros prémios, como em 2012 ter sido considerado pela Youth Dance England um dos coreógrafos emergentes do Reino Unido, e em 2017 ter recebido o prémio de excelência de atuação clássica nos Prémios Nacionais de Dança do mesmo país, pela interpretação em “La fille mal gardée”.
Foi aos 18 anos que se juntou à companhia britânica onde se mantém até hoje, radicando-se em Londres, e pode ainda orgulhar-se de ter sido distinguido pela revista Forbes, em janeiro de 2018, como um dos “30 jovens mais brilhantes, inovadores e influentes da Europa”, na categoria Arte e Cultura.
No Royal Ballet as conquistas de Marcelino Sambé sucedem-se também ano após ano: terminou os estudos no ano letivo de 2012/2013, foi promovido a primeiro artista no ano seguinte, tornou-se solista em 2015 e em 2017 atingiu o nível de primeiro solista.
Já fez bailados como “O Quebra-Nozes”, “Romeu e Julieta” ou “A Bela Adormecida”.
É uma estrela – que de um bairro pobre na periferia chegou ao topo da dança mundial.