O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) estima que, se os países europeus que em outubro e novembro tomaram novas medidas para controlar a pandemia as levantassem antes do Natal, os internamentos hospitalares aumentariam dramaticamente na primeira semana de janeiro.
Num documento em que faz estimativas de evolução da pandemia até 25 de dezembro, tendo em conta as medidas entretanto tomadas pelos países europeus, o ECDC diz que se os países levantassem as medidas para permitir as reuniões familiares no Natal, isso iria sobrecarregar os hospitais logo no inicio de 2021.
Se essas medidas fossem suspensas, por exemplo, a 7 de dezembro, “o aumento de internamentos poderia começar a ocorrer antes de 24 de dezembro”, refere o ECDC.
As projecções do ECDC indicam que Portugal deve atingir o pico de casos COVID-19 no início de dezembro, mas que o pico de óbitos deve acontecer já em dezembro, com um número diário que se poderá manter elevado até ao Natal. Neste 24 de novembro, Portugal sofreu 85 mortes e há pela primeira vez mais de 500 doentes em estado crítico nas unidades hospitalares de cuidados intensivos. Os hospitalizados com COVID-19 em Portugal são, neste momento, 3275. É uma enorme pressão, mas o serviço público de saúde continua a responder com eficácia.
Espanha e Alemanha estão a esboçar planos para a época natalícia, período que inspira maior preocupação às autoridades de saúde devido à proximidade entre famílias. Com limitações à circulação e ao número de pessoas no convívio, os dois países pretendem reduzir ao máximo o número de contágios resultantes da celebração do Natal e Ano Novo.
O Ministério da Saúde espanhol propôs limitar as reuniões familiares e sociais durante o Natal a um máximo de seis pessoas, tendo também proposto o recolhimento obrigatório nocturno entre as 1h e 6h nos dias 24 e 31 de dezembro (noite de Natal e véspera de Ano Novo).
Em Portugal, tem-se como certo que o estado de emergência vai impedir a tradicional ceia natalícia.