Segundo a Agência Lusa, a CI para o Estudo de Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa assinalou os seis meses de arranque oficial da atividade com um relatório de resumo da investigação até agora, o qual foi divulgado em comunicado assinado pelo coordenador do grupo trabalho, o pedopsiquiatra Pedro Strecht.
O último balanço desta recolha de casos foi a 30 de junho de 2022 indicando, na altura, que a CI tinha já 365 inquéritos, tendo validado 355 dos quais já encaminhou 17 casos para o Ministério Público.
Na nota de imprensa, Pedro Strecht disse o seguinte:
A mensagem contida numa imensa maioria dos testemunhos até agora recebidos, refere a necessidade de materialização de pedido de perdão da Igreja Católica e respetivo compromisso sobre um futuro mais atento à prevenção e intervenção precoce nestes casos.
Strecht apelou ainda à necessidade reforço de divulgação do trabalho da CI junto das zonas do interior de Portugal, assim como de toda a área geográfica abaixo de Lisboa e Setúbal.
O apelo foi ainda estendido especificamente às Dioceses e Comissões Diocesanas das respetivas regiões para que estas se aproximassem e envolvessem com estas pessoas.
Além de Pedro Strecht, fazem ainda parte da comissão Álvaro Laborinho Lúcio, juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça; Ana Nunes de Almeida, socióloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Daniel Sampaio, psiquiatra, professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina de Lisboa; Filipa Tavares, assistente social e terapeuta familiar; e Catarina Vasconcelos, cineasta.
As denúncias e testemunhos podem chegar à CI vindas de qualquer parte do mundo (incluindo Austrália) através do preenchimento de um inquérito 'online' em , através do número de telemóvel +351917110000 (diariamente entre as 10:00 e as 20:00), por correio eletrónico: [email protected], e por carta para - "Comissão Independente", Apartado 012079, EC Picoas 1061-011 Lisboa.
Entretanto, a CI convidou o internacionalmente reconhecido arquiteto português, Álvaro Siza Vieira, para projetar um memorial de homenagem a estas crianças e suas famílias, convite que o arquiteto aceitou prontamente.O projeto do memorial está ainda em fase de estudo e de proposta à Conferência Episcopal Portuguesa.
O arquiteto Siza Vieira está solidário com a CI e as vítimas de abusos e já aceitou projetar o memorial em sua homenagem. Source: Gonzalo Marroquin/Patrick McMullan via Getty Images
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