Há uma novidade este ano na mesa de Natal de muitas famílias portuguesas: à cabeceira estará um computador ligado a uma plataforma de comunicação digital. A mais frequentada será a Zoom.
Esta é a solução encontrada para mitigar o distanciamento que a pandemia impõe neste tempo em que os números da COVID-19 continuam a não dar descanso em Portugal e noutros países.
Os peritos dizem que o pico desta segunda vaga da COVID já passou no final de novembro, os contágios ainda que altos diminuem, as mortes que continuam a aumentar são efeito do disparado contágio em outubro e novembro.
Portugal, como a maioria dos países europeus, está a respeitar restrições fortes para travar o contágio. Os fins de semana são de recolher obrigatório a partir da uma hora da tarde de sábado. Tudo fecha, exceto serviços básicos e take-away.
As limitações para conter o vírus não param de apertar e assim a imagem do Natal como momento em que (conforme a tradição) pessoas de diferentes gerações, dos avós aos netos, de vários pontos do país, muitas vindas até do estrangeiro, de França, do Reino Unido, da Alemanha, do Luxemburgo, dos Estados Unidos, do Brasil, também, cada vez mais, da Austrália, se encontram à volta da mesa, numa sala cheia, está este ano esbatida para a maior parte das famílias.
As pessoas de fora, desta vez, continuam longe, usam o Zoom para se ligarem à distância.
Na maioria das casas a noite de 24 de Dezembro vai ter presencialmente uma ínfima parte das pessoas do que é costume.
Há quem tenha casas grandes e assim arrisca separar os ramos da família por espaços diferentes da casa. Ainda há pouco, uma família me contava: os parentes do pai, ceiam na sala de estar; os parentes da mãe, na sala de jantar. Saúdam-se à distância, mas sem abraços.
Um neto dessa mesma família escreveu ao pai natal um desejo: que para o ano que vem já não seja preciso ser assim.
Há mais de dois milhões de portugueses que trabalham em diferentes países europeus. Regressam a Portugal para as férias de verão e para o Natal. Neste 2020, não houve a vinda no verão e no Natal a reunião para a ceia é somente no ecrã do computador. É uma forma de atenuar a tristeza pela distância.