Mais de 100 passageiros e funcionários contraíram Covid-19 no Coral Princess, no passado domingo, enquanto viajavam de Port Douglas, no extremo norte de Queensland, para Brisbane.
Principais destaques:
- Mais de 100 passageiros e funcionários do Coral Princess estão com Covid-19;
- O surto desencadeou depois do navio partir de Port Douglas para Brisbane, no passado domingo;
- Os hóspedes receberam um reembolso para a próxima parte da viagem, mas a maioria recusou;
- O navio viajou para Sydney na segunda-feira, onde está ancorado e isolado para quarentena
Na sequência do surto da Covid-19, a Princess Cruises ofereceu o reembolso para quem já tinha reservado a sua próxima viagem de 12 dias, antes de partir de Brisbane para Sydney na segunda-feira.
No entanto, segundo a 9News, a maioria dos mais de 2.000 passageiros, que conseguiram sair do navio e cancelar a viagem gratuitamente, acabaram por recusar a oferta da Princess Cruises.
Este contágio no Coral Princess - que é um navio ´irmão´ do Ruby Princess, o qual ficou conhecido pelas 28 mortes por Covid-19, a bordo, em 2020 - é o primeiro surto da indústria de cruzeiros australiana desde que as viagens de cruzeiro regressaram após a pandemia.
A ministra da Saúde de Queensland, Yvette D'Ath, disse que os protocolos estavam em vigor no navio antes do surto.
D’Ath disse ainda que alguns passageiros estão já em isolamento nas suas casas ou noutras acomodações, enquanto as autoridades estão a ajudar a empresa a gerir a situação dos funcionários infetados a bordo.
O vírus está em toda a parte e não há como escapar disto
, disse D'Ath na segunda-feira, que ainda acrescentou:
"A empresa está a testar a equipa com mais regularidade e também a incentivar qualquer passageiro com qualquer sintoma a apresentar-se para fazer o teste e isolar-se se se provar necessário".A Princess Cruises garantiu que está a "fazer tudo o que é possível" para garantir a segurança dos hóspedes e da tripulação, tal como um porta-voz teve oportunidade de explicar:
Ruby Princess: o cruzeiro "irmão" do Coral Princess, onde em 2020 morreram 28 pessoas infetadas por Covid-19. Source: NSW POLICE
Estamos a aderir aos protocolos abrangentes que foram acordados em conjunto com as autoridades federais e estaduais, e estamos confiantes de que estes protocolos estão a funcionar de forma eficaz.
Os protocolos incluem testes regulares a toda a tripulação, que tem que estar totalmente vacinada, diz o mesmo porta-voz da Princess Cruises:
“Se algum membro da tripulação testar positivo, fica isolado a bordo e não tem contato algum com os hóspedes.”
“Também informamos os hóspedes na altura do embarque que, na nossa última triagem completa da tripulação, alguns membros da equipa testaram positivos e que isso estava a ser gerido de forma eficaz e de acordo com os nossos protocolos.”
“Como os hóspedes esperaram tanto pelas suas férias de cruzeiro, queremos que eles se sintam confiantes em saber que estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir que eles viajem num ambiente o mais seguro possível."
Entretanto, Queensland relatou mais 4.804 casos na segunda-feira, elevando o número de casos ativos para 40.589.
Destes, 782 necessitaram de tratamento hospitalar (1,9% dos casos ativos) e dez estão em terapia intensiva (0,025% dos casos).
O impacto da pandemia da Covid-19 na indústria dos cruzeiros tem sido particularmente forte
O ex-governo federal proibiu os navios de cruzeiro de entrar nas águas australianas em março de 2020, depois dos 2.700 passageiros do Ruby Princess terem sido autorizados a desembarcar livremente no porto de Sydney, desencadeando 900 casos de infeção e 28 mortes em toda a Austrália.
A proibição foi suspensa quase dois anos depois, em abril de 2022, depois da indústria dos cruzeiros ter trabalhado com os governos federal e estadual no refinamento dos protocolos de saúde e segurança para passageiros e tripulantes.
Em 2019, a indústria de navios de cruzeiro apoiou cerca de 18.000 empregos e gerou cerca de 5 bilhões de dólares em receitas diretas e indiretas para a economia.
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