Perda de memória e falta de concentração: os impactos de longo prazo da COVID-19

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Source: Getty/DrAfter123

Novas pesquisas sobre o impacto a longo prazo da COVID-19 no cérebro mostram que os pacientes sofrem perda de memória e dificuldade de concentração semelhante a pessoas com lesões cerebrais traumáticas e derrames. O estudo australiano também identificou um sinal de comprometimento cerebral que pode ajudar a acelerar os tratamentos.


Dois anos após contrair COVID-19 pela primeira vez, Judy Li continua a sentir muita fadiga e perda de memória.

“Coisas que eu costumava saber simplesmente não voltam para minha memória, até mesmo apenas palavras ou quando tento articular uma frase. É como se estivesse na ponta da língua, mas a memória não traz a palavra.”

A gerente de projetos de 38 anos tem sofrido com os impactos da COVID-19 há muito tempo.

Isso a impediu de trabalhar e limita o que ela pode fazer para cuidar de seus filhos.

“Meu marido teve que cuidar sozinho das crianças nos últimos dois anos, porque eu não conseguia ajudar. Esse tem sido um grande desafio para a gente.”
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Source: Getty Images/niphon
Uma nova pesquisa realizada na clínica COVID sobre impactos a longo prazo da doença no Hospital St Vincent, em Sydney, descobriu que cerca de 20% dos pacientes sofrem perda de memória e confusão mental, sem melhora após 12 meses.

O professor Bruce Brew é neurologista do Hospital St Vincent e um dos autores do estudo.

“É bastante chocante para os pacientes. E é mais impactante quanto mais exigente cognitivamente sua atividade mental for em sua profissão”.

A pesquisa descobriu que as pessoas que sofrem dos impactos de longo prazo da COVID-19 não necessariamente ficaram gravemente doentes com o virus. 

Na verdade, nove em cada dez não foram hospitalizados.
A survey of long-haulers found 66 symptoms that lasted more than 6 months, brain fog were most common.
Source: AP
O professor Steven Faux fala sobre o funcionamento da clínica COVID sobre impactos de longo prazo da doença no Hospital St Vincent e atende de 8 a 10 novos pacientes todas as semanas com a doença.

 “O que estamos vendo são principalmente pessoas mais jovens, embora seja um risco maior em pessoas mais velhas, estamos vendo principalmente em pessoas mais jovens quando voltam ao trabalho.”

O estudo também identificou um sinal de comprometimento cognitivo, uma toxina em uma via específica no cérebro que abre a possibilidade de redirecionar medicamentos existentes para tratar a doença.

“Isso vai nos ajudar a direcionar os tratamentos. Podemos usar alguns medicamentos já usados para outros fins, e isso significa que as pessoas que vêm à nossa unidade podem fazer parte dos nossos testes clínicos.”

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