Vários dos incêndios prolongaram-se por 4 dias.
A Comissão Europeia ativou o mecanismo de solidariedade europeia para combate ao fogo. Começaram por vir aviões espanhóis que se juntaram aos 40 em ação em Portugal. Mas Espanha também ficou a contas com um inferno de fogo e os aviões espanhóis retornaram. Vieram italianos, mas também tiveram de voltar para acudir ao que se passava em Itália. Acabaram por vir apoios belgas – mas as temperaturas perto dos 38º na Bélgica fazem pensar que também terão de regressar.
Seja como for, Portugal está mobilizado, com 4 mil bombeiros no terreno e 40 aviões no combate aéreo. Um grande avanço em relação a outros anos de grande fogo: a prevenção está a permitir evitar que haja vidas perdidas. Mas nos quase 44 mil hectares de floresta queimada também arderam dezenas casas, muitos abrigos para animais e meia dúzia de fábricas.
Segundo o professor Paulo Fernandes, do Departamento de Ciências Florestais da UTAD, o que tem falhado em Portugal nos últimos anos não é tanto o combate ao fogo (domínio em que houve grande progresso nos últimos anos), mas as técnicas para evitar reacendimentos
. “Não temos meios humanos e equipamentos exclusivamente dedicados a este trabalho de separar a área queimada da área não queimada, de forma a evitar reativações. É o nosso ponto fraco”, explica. "É muito frequente um incêndio ser considerado extinto e no dia seguinte reacender. E quando há reacendimentos, são sempre fogos muito maiores, que mobilizam muito mais meios."
Seja como for, é difícil evitar o fogo quando a temperatura do ar vai muito para cima dos 45º C.
O que a entidade responsável pelo controlo da meteorologia, o IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera agora revela é que, em Portugal continental, este tem sido o Julho mais quente de todo o século XXI. Num boletim meteorológico divulgado esta terça-feira, a instituição explica que, entre os dias 1 e 18 deste mês, os termómetros estiveram sempre a registar temperaturas invulgarmente elevadas, tanto nas horas de maior calor como naquelas que, pelo menos em teoria, deveriam ser mais frescas.
As temperaturas máximas em Portugal continental rondaram, em média, os 33,9 graus Celsius. O valor está 5,2 graus acima da média para o período do ano.
O dia 13 de Julho é, até ver, o mais quente de 2022, com todo o país acima dos 40º mas o dia em que foi registado “um novo extremo para o mês de Julho em Portugal continental” foi o dia 14. Nesse dia, a estação meteorológica de Pinhão — Santa Bárbara (Viseu), registou a temperatura de 47 graus Celsius. Nunca no país os termómetros haviam dado conta de um valor tão elevado em Julho. .
Agora, as temperaturas baixaram ligeiramente no início desta semana. Mas os termómetros vão subir novamente a partir desta quarta-feira. Não se espera, pelo menos para já, que o calor seja tão intenso como nos últimos dias, mas a temperatura continuará a estar acima dos valores médios.
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