Mary Viturino Baxter é ‘carioca’ da gema.
A advogada brasileira de 33 anos veio morar na pequena Warracknabel, interior do estado de Victoria, em 2012, cidade do então namorado australiano. “Tentamos morar no Brasil, mas ele não se adaptou, viemos então com a nossa filha viver na Austrália.”
A pequena cidade tem apenas dois mil habitantes e Mary recorda que foi um choque mudar do Rio para lá. Mesmo assim o casal e a filha Chanel viveram bem até que alguns anos depois o relacionamento chegou ao fim.
“Resolvi ficar na cidade, tinha meus amigos, meu trabalho etc. Depois de algum tempo estava procurando um namorado, usando esses aplicativos de namoro, quando surgiu a chamada para o ‘The Bachelor’ [Canal 10 de Televisão] em 2019. Sempre fui uma super fã do programa, e mandei minha inscrição. Fui escolhida entre 3 mil meninas, não acreditei,” conta Mary.
A experiência na tevê ausraliana foi inesquecível, apesar de não ter conquistado o coração do Bachelor da temporada de 2019, o astrofísico Matt Agnew, “ele não estava interessado em uma mulher com a minha personalidade”, Mary adorou fazer parte do reality e ficou surpresa quando foi convidada para retornar em 2020. Os produtores do ‘Bachelor in Paradise’ a convidaram para tentar a sorte mais uma vez.
Apesar da popularidade de Mary junto aos fãs dos dois programas, a mídia australiana não deixou passar o fato de a brasileira ser a única mulher negra em um show que sempre foi criticado pela total falta de diversidade étnica e racial.
Mary acredita que o problema vai muito além dos programas de namoro na tevê.
“Não é só o meu show The Bachelor e The Bachelor in Paradise. Se você ver a televisão australiana, os shows durante o dia, os telejornais; é muito difícil encontrar alguém com o tom de pele mais escuro na frente das câmeras. Sempre vemos a mesma aparência fisica, uma pessoa loira, de olho azul, com a pele clara.
“Por isso que quando eu estou no show eu faço questão de mostrar a minha personalidade – eu sou australiana, mas sou brasileira, sou descendente de africanos, se eu tenho que mostrar isso com as tranças no meu cabelo é assim que eu vou mostrar. A Austrália tem muitos descendentes de africanos, latinos, como eu, da América do Sul, asiáticos. Eu não vejo na televisão australiana nenhuma representatividade de pessoas de outras nacionalidades e outras cores.”
Mary acredita que sua personalidade e seu jeito brasileiro ajudaram a torná-la uma das participantes mais queridas do show. “Sendo brasileiros, somos todos animados, hoje tá ruim, mas amanhã vai fazer sol, a minha personalidade brasileira, deinitivamente me ajudou a ganhar poularidade.
No primeiro show entrei de plumas, no Bachelor in Paradise ensinei as meninas a dançarem o funk do Rio. No Brasil é isso que a gente faz, a gente adora dançar adora ter um tempo bom, eu falei: ‘vamos fazer isso aqui no Bachelor in Paradise também’.
Ao contrário da maioria dos casais de ambos os shows, que se separaram ao término das gravações, Mary e Connor estão juntos até hoje. “Vamos casar e ter filhos,” conta.
Ouça a entrevista completa com a brasileira e saiba mais sobre sua incrível jornada no link que abre essa reportagem.