Diego Barreto começou por fazer natação instigado pela mãe que era uma boa nadadora na época, mas que nunca o obrigou a nada, a não ser que praticasse pelo menos um esporte.
Diego respeitou a vontade dos seus pais, e acabou mesmo por surpreendê-los bem cedo na vida quando, já apaixonado pelo judô, progrediu rapidamente para o seu potencial máximo, vencendo campeonatos regionais, nacionais e internacionais.A verdade é que desde cedo deu chamou a atenção. Subiu ao pódio muito mais cedo até do que outros atletas do seu tempo que, normalmente, só eram selecionados para 'voar mais alto' depois de completarem 18 anos de idade.
Diego Barreto no dia em que se sagrou Australian Judo Champion - June 2021. Source: Diego Barreto
Já Diego tinha apenas 13 anos quando saiu da casa dos seus pais, no Guarujá, para ir viver em São Paulo, sozinho, mas já bastante forte física e mentalmente - um verdadeiro praticante de artes-marciais.
Logo na primeira vez que entrou descalço num 'tatami', Diego diz ter sentido de imediato que era "ali mesmo" que seria feliz e onde estava sua vida futura.
Experimentei outros desportos, mas foi quando pisei no tatami que senti que estava em casa.
Nem sempre foi fácil abdicar da vivência normal da adolescência em prol do desporto de alta competição. Contudo, Diego não se arrepende de nada:
Os meus pais sempre perguntavam: Você quer ir à festa dos seus amigos ou ao campeonato? E eu, como não podia comer doces para não perder o peso ideal para o meu escalão na competição, sempre escolhi ir aos campeonatos.
, diz Diego garantindo que nunca hesitou nas suas escolhas.Foi selecionado entre os melhores para integrar um centro de alto rendimento para atletas especialmente dotados nas suas disciplinas, em São Paulo.
Diego Barreto a celebrar a medalha de prata no World Championship, na Korea Source: Diego Barreto
E lá foi ele, para nunca mais voltar a casa dos seus pais, seguindo uma carreira desportiva profissional que um dia mais tarde o levaria a lutar, não só pelo Brasil mas também pela Austrália, onde vive agora.
Foi num instante que Diego se sagrou campeão brasileiro no judô e, pouco tempo depois, também no jiu-jitsu.
Duas disciplinas que Diego acredita que se complementam e que, juntas, o ajudaram a atingir os seus maiores objetivos desportivos:
Sinto que o jiu-jitsu e o judô complementam-se tecnicamente e, combinados, são uma grande vantagem para um atleta em competição.
Mas também é à confiança e apoio da sua família, bem como aos ensinamentos dos seus 'sensei' (mestres ou instrutores das artes marciais), que Diego associa todas as suas vitórias:
Sozinhos não conseguimos nada.
E, hoje, já com 40 anos, campeão internacional nas duas modalidades, casado, com três filhos, residência permanente na Austrália, três academias de judô e jiu-jitsu no estado de Nova Gales do Sul das quais é proprietário, os melhores professores das duas disciplinas que conseguiu reunir para montar sua equipe, praticantes de todas as idades, nacionalidades, mulheres e homens. Diego agradece tudo o que conseguiu na vida às artes marciais:
A disciplina, a responsabilidade, o respeito, o trabalho de equipe, a noção de hierarquia... tudo o que tenho, e sou, devo ao judô e ao jiu-jitsu. Tenho aprendido e crescido bastante.
Quando questionado se prefere a Austrália – onde entrou com um visto temporário e em pouco tempo deu o salto para o Talent Visa para “lutar pela Austrália”, ou no Brasil - onde a sua profissionalização arrancou, Diego é peremptório:
O meu coração está dividido entre a bandeira australiana e a brasileira. Tudo começou para mim no Brasil. Foi onde nasci e onde tive as primeiras oportunidades na vida. Mas a Austrália abriu-me as portas e deu-me o tanto que tenho hoje. Luto pelos dois países.
Para ouvir a entrevista completa a Diego Barreto e saber os muito mais detalhes da sua incrível caminhada desportiva e pessoal, incluindo uma terrível lesão no joelho que prejudicou o seu sonho olímpico, clique na imagem que abre este artigo.Siga a no , e e ouça . Escute a ao vivo às quartas e domingos ao meio-dia ou na hora que quiser na .
Diego, Thais, Enzo, Thomas and Sophia - uma família bonita que, hoje, não trocaria viver na Austrália para viver no Brasil. Source: Diego Barreto