Jean-Jacques Savin: o fim trágico da última aventura do marinheiro francês

Jean-Jacques Savin

Source: AAP Image/Thibaud Moritz/ABACAPRESS.COM

A derradeira viagem do aventureiro septuaginário que está a tocar milhares de pessoas nas redes sociais.


Jean-Jacques Savin é um veterano aventureiro marítimo francês de 75 anos. Ganhou milhares de fãs quando, aos 72 anos, embarcou sozinho numa cápsula em forma de barril para atravessar o Oceano Atlântico. 

A 1 de janeiro de 2022 iniciou uma nova viagem em que o objetivo final era quebrar o recorde do Mundo da travessia do Atlântico a remo. Seguia numa pequena embarcação com oito metros de comprimento e 1,7 de largura. 

A travessia teve início no sul de Portugal, em Sagres, e tinha como destino final as Antilhas Francesas, se possível Martinica, onde terminou a travessia anterior. 

Ao 21º dia de navegação, na noite de quinta para sexta-feira passada, Jean-Jacques ativou os dois sinalizadores de socorro. O alerta foi recebido pela Marinha Portuguesa ao começo da madrugada de 6ª feira. 

De imediato, a Marinha portuguesa lançou um alerta a toda a navegação na zona, solicitou a intervenção de meios aéreos à Força Aérea Portuguesa e empenhou a Corveta António Enes, que se estava a navegar ao largo de Porto Santo, no arquipélago da Madeira. 

Após 2 dias de buscas intensas no mar vasto entre a Madeira e os Açores, a embarcação foi avistada voltada ao contrário, com o casco para a superfície, vazio e em mar de tempestade. 

Mergulhadores da Marinha portuguesa continuam a explorar a zona em busca de sinais do corpo – já não há esperança de ser encontrado com vida. 

Um dos navios mercantes mobilizado para as buscas já tinha recolhido um saco impermeável que continha no seu interior a documentação de identificação do navegador francês. 

A vida de Jean-Jacques Savin foi sempre uma aventura. Aos 72 anos atravessou o Oceano Atlântico sozinho. Com a ajuda de correntes marítimas e do vento, passou 122 dias no mar e percorreu mais de 4500 quilómetros. A cápsula então tinha três metros de comprimento e 2,10m de largura. 

A alimentação de Savin passava por alimentos liofilizados, peixes que conseguia pescar ou alimentos oferecidos por navios com os quais se cruzava. 

Agora, com 75 anos, antes de partir da ponta de Sagres, no extremo sul de Portugal, tinha realizado exames médicos antes de iniciar a travessia e teve “luz verde do cardiologista e do médico”. Afirmou sentir-se em boas condições físicas e queria “provar que, aos 70 anos, ainda somos capazes de satisfazer as nossas paixões”. 

Fê-lo em 2019, mas este ano os ventos e as correntes não estavam a seu favor. Foi rapidamente desviado da sua rota, acrescentando 900 km ao seu percurso inicial. Na quarta-feira, 19 de janeiro, através de uma publicação no Facebook, explicou que estava com problemas sérios de energia e comunicação. Pretendia chegar a Ponta Delgada, nos Açores, para fazer possíveis reparações na embarcação e recarregar energias para seguir viagem. 

Não conseguiu. A aventura deste francês está a ser evocada por milhares de pessoas nas redes sociais. 




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