Governo da Austrália poderá ser minoritário após derrota quase certa no eleitorado de Wentworth

Wentworth by-election

Independent candidate for Wentworth Kerryn Phelps congratulated by supporters as she arrives for a Wentworth by-election evening function Source: AAP/ CHRIS PAVLICH

A maior surpresa na história política da Austrália aconteceu ontem na eleição suplementar no eleitorado de Wentworth e pode levar o país ao seu segundo governo minoritário em apenas 8 meses, quando a candidata Independente Kerryn Phelps praticamente conquistou o tradicional eleitorado do Partido Liberal, que era de Malcolm Turnbull:


Kerryn Phelps obteve uma mudança sem precedentes na intenção de voto de quase 20 por cento dos eleitores contra o candidato do Partido Liberal, Dave Sharma, no eleitorado que era do ex-primeiro ministro Malcolm Turnbull, o de Wentworth, na região mais elegante de Sydney.

Mas nas últimas horas, o primeiro-ministro Scott Morrison disse ainda ter esperanças de que o candidato liberal  Dave Sharma ainda possa ganhar, uma vez que a margem ente os dois candidatos estreitou para menos de 900 votos (884), com os votos pelo correio e anteriores ao dia da votação ainda sendo contados: 

"We will simply wait for that is normal, democratic, robust, credible process to follow its course before we are in a position to know who the successful candidate will be at that by-election. But, that said, yesterday Liberal voters expressed their anger at the parliamentary Liberal Party. There is no doubt about that. And we copped that fairly on the chin."

Com o resultado da votação agora muito próximo para clamar vitória, a Comissão Eleitoral Australiana anunciou a recontagem dos votos pelo correio, mais tarde, neste domingo ainda (21 de outubro).

A contagem dos votos continuava neste domingo de manhã, com Kerryn Phelps em 52 por cento dos votos graças às preferências do Partido Trabalhista e dos partidos minoritários, mas a diferença de votos diminuiu por volta do meio-dia, apesar de que ela declarou-se vitoriosa ontem à noite.
Caso seja eleita, está nas mãos dela apoiar o governo de Scott Morrison, para que continue governando, ou se recusar a apoiar o governo, o que provocaria a convocação de eleiçoes imediatas, mas ela deixou claro que quer ver este governo concluir o seu mandato, reservando-se o direito de votar com o governo após análise caso a caso:

"Well I think we need to see things on a case-by-case basis. I mean really, there are important issues at hand for Australian people and I'll be looking at legislation, and as I've said before, I'll support good legislation, reject bad legislation and try to negotiate around better outcomes for the Australian people. That's the role of a good crossbencher."

O vice-líder do Partido Liberal, Josh Frydenberg, já tinha admitdo que os liberais foram punidos por terem derrubado o seu líder, Malcolm Turnbull, e disse que o seu partido tem vivido meses difíceis:

"What we've seen is the Liberal Party focus on its own internal debates and when that occurs, the public mark you down. This is a deeply disappointing result, we'll cop it on the chin. There's no sugar coating the result. But the people of Wentworth have sent us a message. And we have listened and heard that, loud and clear." 

A vice-líder do Partido Trabalhista, da oposição, Tanya Plibersek, disse que eleições gerais precisam ser convocadas para acabar com o sofrimento do governo de Scott Morrison, que segundo ela está desconectado dos anseios do povo australiano:

"Well we've been saying for some time that this government is so desperate and chaotic, so dysfunctional and divided that the best thing they could do is hold an election so the Australian people make their minds up about whether they want a chaotic and desperate government or a Labor party that is strong and united and focused on the issues that make a difference to Australians every day lives."

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