A audiência de sentença foi transmitida ao vivo para todo o mundo.
Ao sentenciá-lo, o juiz Peter Kidd descreveu nos mínimos detalhes o abuso sexual dos dois coroinhas.
Ele levou em consideração a idade de George Pell, que está com 77 anos, e a baixa probabilidade de ele reincidir, o juiz também que, ao dar a sentença, não concordou com o argumento da defesa de que as ofensas não foram premeditadas ou planejadas.
O juiz disse que Pell tomou por vezes uma postura arrogante e sem remorso durante todo o processo do julgamento.
Ele também disse que o cardeal não deve ser visto como um ‘bode expiatório’ da igreja.
"Você é uma das figuras mais importantes da Igreja Católica em todo o mundo. Você continua sendo um cardeal da Igreja Católica. Você é uma figura de interesse significativo para os católicos e para os fiéis em toda a Austrália", disse o juiz Kidd.
"Como eu disse ao júri que o condenou neste julgamento, você não deve ser feito bode expiatório para quaisquer falhas, ou falhas percebidas da Igreja Católica."
Durante a sentença, o juiz Kidd se dirigiu aos sobreviventes de abuso sexual que lotavam a sala do tribunal e disse a sentença de Pell não era uma ‘vingança’ ao trauma que eles sofreram.
"O cardeal Pell não foi condenado por nenhum erro cometido contra nenhum de vocês", disse ele.
Pell mantém a sua inocência e pretende contestar a condenação no Tribunal de Recursos, que analisará o apelo da defesa em junho.
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Em fevereiro, a Justiça australiana declarou Pell culpado em um caso de agressão sexual e outros quatro de atentado ao pudor contra dois coroinhas que tinham 12 e 13 anos.
O juiz Peter Kidd, que abriu a audiência descrevendo em detalhes os abusos sofridos pelos dois meninos, autorizou a transmissão ao vivo da sentença Source: SBS News
O abuso ocorreu na sacristia da Catedral de São Patrício de Melbourne, depois da missa, em 1996.
Um desses ex-coroinhas morreu de overdose de drogas em 2014 aos 31 anos, e o testemunho do outro, foi fundamental para a condenação de Pell.
As evidências e o testemunho apresentado por essa segunda vítima não foram liberados para a imprensa.
O pai do jovem que morreu disse que considera processar a igreja.
O cardeal negou inicialmente as acusações e o júri não havia chegado a uma decisão durante um primeiro julgamento em setembro.
Um novo julgamento no dia 11 de dezembro determinou a culpa por decisão unânime dos 12 jurados.
