A morte foi confirmada pelo filho Gabriel Baum e por Maria do Carmo Santos, presidente do grupo Vítimas Unidas, criado por mulheres abusadas pelo ex-médico Roger Abdelmassih, com quem Sabrina lutava para coletar provas e reunir vítimas para denunciar crimes sexuais.
Sabrina de Campos Bittencourt teria deixado uma carta de despedida nas redes sociais, dizendo que ‘ia se juntar à Marielle Franco’, a mensagem teria sido apagada.
Os grupos Vítimas Unidas e Contra o Abuso no Meio Espiritual (COAME) publicaram notas de falecimento e disseram que ela cometeu suícidio.
“Pedimos à mídia e aos envolvidos que não contactem a família e respeitem esse momento delicado às pessoas próximas a ela. Sabrina será sempre para nós um exemplo e inspiração em nossas lutas. Que seu legado seja honrado e frutífero ao redor do mundo,” ressaltou nota da COAME.
Sabrina também disse que estava sendo perseguida e enviou uma mensagem por WhatsApp a diversos jornalistas dizendo que corria risco de vida.
A mensagem que foi publicada por diversos jornalistas no dia 3 de fevereiro dizia: "Estou sendo perseguida por um homem chamado Paulo Pavesi. Um guia que trabalha na Casa Dom Inácio de Loyola marcou vários matadores de João de Deus pedindo para me localizarem. Esse é o perfil dele. Ele é louco. Eu avisei que essa semana fariam milhares de Fake News ao meu respeito"
Em seu perfil no Facebook, Pavesi se defendeu de acusações de que ele teria provocado a morte da ativista. “Os apoiadores de Sabrina estão tentando fazer um ataque virtual contra mim alegando que ela se matou por minha causa.”
A morte foi confirmada pelo filho mais velho Gabriel Baum e por organizações de apoio às vítimas de abuso das quais ela fazia parte. Inicialmente foi reportado que ela teria morrido em Barcelona, mas seu filho teria confirmado o Líbano como local de sua morte.
Até o fechamento dessa reportagem o caso continua sem confirmação oficial.
Quem era Sabrina de Campos Bittencourt
As denúncias de abuso sexual das vítimas de João de Deus foram reunidas pela ativista Sabrina de Campos Bittencourt. Suas investigações e coleta de depoimentos levaram à prisão do líder espiritual em dezembro 2018.
Sabrina disse ter recebido ao menos 185 denúncias contra 13 líderes espirituais brasileiros desde setembro – após relatos de supostos abusos cometidos pelo guru Sri Prem Baba.
Recentemente ela disse que João de Deus fazia tráfico de bebês e que crianças eram ‘cultivadas’ no Brasil antes de serem vendidas para casais sem filhos ao redor do mundo.
Sabrina alegou que as meninas foram mantidas em cativeiro em fazendas remotas, onde foram forçadas a darem à luz.
DOS ARQUIVOS DA SBS PORTUGUESE
Denúncias de abuso sexual contra João de Deus: um segredo conhecido em Abadiânia