Festas de natal levam à disparada do coronavírus em Portugal

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Source: Getty Images Europe

Portugal está em situação de catástrofe com a pandemia, com agravamento disparado nos últimos 10 dias, é o terrível preço das condescendências no Natal: em 24 horas, no dia 19 de janeiro, em Portugal, uma morte por covid a cada 7 minutos.


Nestes últimos 10 dias, só num não foi superado o terrível máximo diário de casos e de mortes Covid em Portugal.

O boletim desta terça-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS) regista, nas últimas 24 horas, 218 óbitos, um novo máximo da pandemia, 51 mortes acima do anterior pico, registado precisamente na véspera, segunda-feira (167 mortes). Toda a última semana teve números de óbitos entre os 150 e os 160. Agora, disparo para 218.

Além dos óbitos, outros números muito preocupantes são os que sinalizam a situação nos hospitais do país: mantém-se a alta subida nos internamentos, que não descem desde o primeiro dia de 2021.

Nesta terça-feira 19 de janeiro, entraram mais 126 pacientes em enfermaria, num total de 5291 internados. Nos cuidados intensivos, o acumulado é agora de 670 pessoas em estado crítico.

Por todo o país todos os hospitais estão a adaptar todos os espaços possíveis para instalação de enfermarias covid.

Está interrompido o tratamento de casos não urgentes de outras patologias que não sejam de Covid.

Estão a ser ativados hospitais de campanha em várias cidades.Quase todos em pavilhões desportivos.

É o que acontece na enorme arena de Portimão, que está a acolher doentes do Algarve mas também de outras regiões do país.

Em Viseu, o pavilhão do Fontelo também está convertido em hospital.

Em Lisboa, o Pavilhão Universitário, a 500 metros do principal Hospital de Santa Maria também está a ser convertido.

Por todo o país está imposto aos cidadãos o dever de permanecer em casa.

Muita gente arranja pretextos previstos para sair, daí que o governo tenha endurecido as exceções e os controlos.

A ida ao take-away e às compras no supermercado estava a ser cobertura para muitas saídas.

O governo português tem sempre privilegiado o compromisso de responsabilidade, evita proibir, afirma esperar que as pessoas compreendam que têm de evitar situações de risco.

Perante o não acatamento, estão em preparação medidas mais duras.

O virus está a atacar em todos os setores.

O caso do futebol é um exemplo. O Benfica acaba de confirmar 17 novos casos de infecção. O presidente do clube, Luís Filipe Vieira, é um dos infectados. Do lote de 17 elementos com testes positivos cinco são jogadores,  a saber, o português Diogo Gonçalves, o brasileiro Gilberto, o belga Vertonghen, o alemão Waldschmidt e o espanhol  Grimaldo. Ou seja, Jorge Jesus perde os dois defesas-direitos (André Almeida continua em recuperação), um dos centrais, o médio criativo e o defesa esquerdo, e isto a horas do jogo da meia-final da Taça da Liga, com o Braga.

Na outra meia-final, o confronto entre Sporting e Porto também afetado por casos de jogadores com covid.

O futebol em Portugal está a ser jogado para a televisão, com estádios sem espectadores.

No domingo há em Portugal eleição presidencial. Está a ser uma eleição sem campanha de rua.

Portugal é agora o Estado-membro da União Europeia com a maior média de novos casos por um milhão de habitantes e o segundo a nível mundial, só atrás de Israel.

Na análise atual das mortes, também por um milhão de habitantes, Portugal fica na 3.ª posição a nível mundial, atrás do Reino Unido e da República Checa.

Porém, nas mortes reportadas, desde o início da pandemia até segunda-feira, os 885 óbitos por 1 milhão de habitantes posicionam Portugal em 31.º. Em números absolutos, esta posição baixa para 33.º, com 9028 mortes.

Estes são números que evidenciam que Portugal enfrentou bem a pandemia nos primeiros nove meses. O descontrolo vem do Natal. O quadro, apesar da intensa vacinação em curso, está de catástrofe.

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