Desde que as leis da eutanásia entraram em vigor em junho de 2019, mais de 140 doentes terminais solicitaram acesso às drogas letais aprovadas pelo governo do estado.
Cinco aplicações para a morte voluntária assistida foram feitas por semana nos primeiros seis meses da lei que aprova a eutanásia, com os números parecendo superar as estimativas do primeiro ano de vigência, reportou o jornal australiano The Age.
Embora o número exato de pessoas que morreram usando as novas leis ainda não seja conhecido, estima-se que pelo menos doze pessoas tenham tirado a própria vida usando medicamentos aprovados pelo governo. Uma pessoa pode se candidatar mais de uma vez se a primeira aplicação for rejeitada.Os números levantados pelo The Age não levam em consideração quantas permissões foram concedidas, quantas solicitações foram rejeitadas, nem quantas pessoas morreram usando o medicamento fornecido sob as novas leis.
Onze pessoas receberam aprovação para morrer logo nos primeiros 11 dias da vigência da nova lei. O governo do estado prevê que o número de pacientes deve estabilizar em cerca de 150 por ano. Source: Flickr
O Conselho de Revisão Voluntária para Morte Assistida, que avalia todas as solicitações, divulgará seu próximo relatório em fevereiro, que revelará o número de pessoas que tiraram a própria vida usando as leis.
De acordo com as leis da eutanásia, dois médicos, incluindo um especialista, devem analisar a elegibilidade de um doente. Os médicos têm o direito de se opor a participar do esquema.
Uma pessoa precisa fazer três solicitações separadas para acabar com a própria vida.
As leis permitem o acesso a uma substância letal para adultos em estado terminal que têm apenas cerca de seis meses de vida – ou não mais de 12 meses para aqueles com diagnóstico neurodegenerativo – e que atendam a outros 67 critérios de elegibilidade.
A maioria das pessoas ingere a dose – um pó letal misturado com cerca de 100 mililitros de um medicamento líquido – em suas próprias casas, no momento que escolherem.
Sob certas circunstâncias, aqueles doentes incapazes de engolir poderão tomar a substância através de gotejamento intravenoso.
Uma porta-voz da Ministra da Saúde, Jenny Mikakos, disse que o número de médicos registrados no esquema triplicou desde que as leis entraram em vigor.
"Estamos satisfeitos com o número de médicos treinados – e o aumento nos números desses profissionais é consistente com nossas expectativas antes do início das leis", disse ela.
"Esperamos que os números continuem a aumentar com o tempo, à medida que os médicos vejam o sistema na prática e mais pacientes busquem por eles".
O governo revelou que 360 médicos registraram ou completaram o treinamento, incluindo clínicos gerais, especialistas em câncer e em cuidados paliativos. Desses, cerca de um terço atua em Vitória.
O governo ressaltou que existem processos em andamento para aqueles que têm dificuldade em achar um médico treinado, incluindo três voluntários que atendem no hospital do câncer Peter MacCallum em Melbourne, fornecendo pacientes, médicos e hospitais em todo o estado com informações e suporte.
Se você ou alguém que conhece está passando por um crise pessoal, entre em contato com o Lifeline 131 114 ou Beyond Blue 1300 224 636.