Eusébio era o rei dos golos. Naquele tempo, o brasileiro Otto Gloria, como treinador, soube dar mentalidade ganhadora à equipa que ficou conhecida como a dos “Magriços”, mas a meia-final com Inglaterra barrou o caminho aos portugueses, que perderam na semifinal por 2-1, perante essa Inglaterra que haveria de ser campeã.
Foi uma seleção portuguesa que conseguiu impor-se por 3-1 ao Brasil de Pelé (o rei Pelé saiu durante o jogo, após uma falta feia de um defesa português) e que veio a garantir o 3º lugar, após vencer a União Soviética, por 2-1.
Mais tarde, já na viragem do século XX para o atual XXI, surgiu a que é conhecida como “geração de ouro” do futebol português: tinha Luís Figo, Rui Costa, Paulo Sousa, Pauleta, João Pinto, Vítor Baía, Fernando Couto e outros talentos.
Também não conquistou qualquer título principal – apesar de ser uma geração bicampeã mundial em juniores.
A grande depressão para esta geração foi a derrota em Lisboa, 0-1, diante da Grécia, na final do Euro-2004. Este foi um campeonato em que começou a aparecer, ainda com 18 anos, Cristiano Ronaldo.
É com Ronaldo, o CR7, que os seniores de Portugal conquistam triunfos máximos: o Euro de 2016 (triunfo em Paris diante da França) e a Liga das Nações em 2017 (triunfo no Porto, diante da Holanda).
É a equipa de Cristiano Ronaldo a que vai defender o título europeu neste campeonato de 2020 que a pandemia faz jogar em 2021.
Esta é, provavelmente, a mais forte seleção portuguesa de sempre.
É composta por futebolistas que jogam nos principais clubes da Europa e todos têm grande empatia com o treinador, Fernando Santos, um engenheiro de formação que se tem revelado mestre na tática e na psicologia.
Há uma dúvida em relação ao rendimento da seleção portuguesa neste euro: os dois maiores expoentes desta equipa, Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes, tiveram uma época muito dura e desgastante. Será que vão recuperar a melhor forma? O modo como jogaram e marcaram golos no jogo de preparação com Israel faz pensar que estão revitalizados, após uma curta semana de pausa.
Mas há que seguir com atenção outros jogadores que podem afirmar-se como entre os melhores do mundo nos seus postos.
É o caso do defesa central Rúben Dias, jogador do Manchester City, que acaba de ser considerado o melhor futebolista desta temporada no campeonato de Inglaterra. Rúben tem tudo para brilhar ao lado do poderoso luso-brasileiro Pepe. Vários comentadores consideram mesmo Pepe e Rúben como a melhor dupla de centrais da atualidade.
Também atenção a Bernardo Silva, que alguns apontam como o Messi português.
João Félix, João Cancelo, Nuno Mendes, Sérgio Oliveira, podem ser outras grandes figuras neste Euro. Os raids poderosos de Renato Sanches podem dar a volta a jogos encravados.
A seleção portuguesa, em outras épocas, teve sempre algum ponto fraco: ora não tinha goleadores, ora não tinha laterais. Agora, tem pelo menos dois jogadores de topo para cada posição.
É assim que esta equipa de Portugal está entre as seleções favoritas deste campeonato europeu.