Em Portugal, nem liberais, nem extrema-direita. Os portugueses continuam a privilegiar os partidos mais tradicionais e mais antigos, à excepção do PAN, na hora de ir às urnas
O PS ganhou as eleições europeias com 33,39% dos votos, elegendo nove dos 21 deputados e aumentando a sua representação no Parlamento Europeu. O derrotado destas eleições é o PSD, que se ficou pelos 22,15%, embora mantendo seis representantes. A estreia na eleição de eurodeputados é o PAN, que obteve 5,05%, e elegeu numa consulta às urnas em que as forças de direita em Portugal saíram derrotadas.
O terceiro partido nestas eleições é o BE, que obtém 9,79% dos votos e dobra a sua representação, elegendo dois deputados. Segue-se a CDU, com 6,70%, que é um dos derrotados da noite e perdeu um dos três deputados que elegeu há cinco anos. Já o CDS desce para quinta força política portuguesa no Parlamento Europeu, ficando com 6,20% e mantendo um eurodeputado.
Na correlação de forças entre esquerda e direita, fica clara a subida da esquerda em relação às últimas legislativas.
A vitória do PS é incontestável em todo o país. O mapa de distritos de Portugal continental ficou todo pintado de cor de rosa, à excepção de Vila Real, o distrito de Pedro Passos Coelho, onde o PSD conseguiu 35,8%, mais 1,8 pontos do que o PS. O PSD perdeu até em bastiões tradicionais como Viseu, em tempos conhecido como “cavaquistão”.
A vantagem do PS é particularmente significativa nos grandes distritos - aqueles que elegem mais deputados à Assembleia da República e constituem as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. É onde está metade dos eleitores e onde se decidem as maiorias que vão fazer governos.