A multinacional brasileira JBS, uma das maiores produtoras de alimentos do mundo, que já atua forte no setor de carnes da Austrália e que anos atrás adquiriu aqui a empresa Primo, está comprando agora ações de uma das maiores empresas de salmão do país, a Huon Aquaculture Group, da Tasmânia, em um acordo em torno de meio bilhão de dólares australianos.
Peter George, co-presidente do grupo Aliança para a Proteção Marinha de Tasmânia/TAMP, disse em reportagem de Rocio Otoya, da agência EFE na Austrália, que a JBS tem "registros ambientais terríveis que implicam em arrasar partes da Amazônia e um histórico de maus-tratos do gado nos seus abatedouros", além de supostos atos de corrupção em várias partes do mundo.
O grupo ambientalista pediu ao ministro do Tesouro, Josh Frydenberg, que se oponha à aquisição, uma vez que o governo australiano tem o poder de bloquear qualquer compra por parte de empresas estrangeiras, se vão contra os interesses nacionais.
A JBS lançou outra oferta paralela, na semana passada, na tentativa de controlar pelo menos 50,1 por cento da Huon, empresa na qual o magnata da mineração Andrew Forrest, que é contra esta venda, detém 18,5 por cento das ações.
A empresa JBS, por sua vez, defendeu "sua história longa e orgulhosa de crescimento dos seus negócios australianos" e prometeu que com a aquisição de Huon, manterá" os mais altos padrões de qualidade superior e práticas saudáveis e sustentáveis" no setor, entre outros aspectos, segundo o jornal The Guardian Australia.
Ouça aqui entrevista do arquivo da SBS Portuguese, de fevereiro de 2019, em Sydney, , durante o jantar de apresentação, na época, do novo embaixador do Brasil na Austrália, Sérgio Moreira Lima: