Dário Essugo, festejou os 16 anos de idade há uma semana; neste último fim de semana a festa foi ainda mais inesquecível: este jovem médio centro do futebol do Sporting, oriundo de uma família migrante angolana num bairro pobre na periferia de Lisboa, Serra da Luz, entrou aos 86 minutos do jogo entre o Sporting e o Vitória de Guimarães, para o lugar de João Mário e estreou-se desta forma pela equipa principal de futebol do Sporting, líder destacadíssimo (10 pontos de avanço sobre o FC do Porto, 2º classificado).
Dário é conhecido na Academia do Sporting, para onde entrou em 2015, tinha ele 9 anos, como o “sempre a rir”. Dário chegava a ser gozado pelos companheiros, por estar sempre de dentes à mostra, fosse a jogar, a treinar, a conviver, a cumprimentar ou a despedir-se.
Neste fim de semana, ele chorou dentro de campo, no final do jogo que o Sporting ganhou. Chorou pela emoção de ser o mais jovem de sempre nos campeonatos de futebol de seniores em Portugal. Essugo saiu do relvado abraçado e até beijado pelos companheiros.
Um dos olheiros do Sporting, há 6 anos, reparou naquele jovem alto que, então com apenas 8 anos, se impunha num improvisado campo pelado, numa clareira do bairro onde morava: “Aquele Essugo lia muito bem o jogo e, comandava. A jogar a médio-centro tinha a capacidade de pegar na bola e variar muito bem o flanco. Como extremo também era fantástico, pela velocidade e pelo drible. Era muito acima da média, com facilidade no drible, inteligência, muita força e capacidade com os dois pés”.
Está a comentar-se que da fábrica de campeões que é a Academia do Sporting, onde se formaram Cristiano Ronaldo, Luís Figo, Paul Futre e tantos mais, está a sair mais uma estrela: Dário Essugo. Tem 16 anos acabados de fazer.
Também há aplausos para o jovem treinador sportinguista, Rúben Amorim, que construiu uma equipa que lidera e formada, em grande parte por jovens jogadores da casa, vários titulares com menos de 20 anos, caso de Nuno Mendes, Tiago Tomás, Gonçalo Inácio, Max, Daniel Bragança ou Jovane Cabral, todos na equipa principal.
É um exemplo numa época em que até equipas de 3ª divisão preferem negociar futebolistas importados do estrangeiro – mas que muitas vezes resultam ser um equívoco, porque o talento não corresponde.