No domingo de Páscoa, dia 4 de abril, a brasileira Karoline Santana, 25 anos, estava aproveitando um lindo dia de sol a bordo de uma lancha no rio Hawkesbury em Sydney.
“O dia estava maravilhoso,” lembra Karoline. O grupo de amigos faziam parte do círculo de amigos de infância do do seu marido, Sam Chan, e celebrava um aniversário.
Resumo da Notícia
- No domingo de Páscoa, dia 4 de abril, 11 pessoas estavam a bordo de um pequeno iate no rio Hawekesbury em Sydney, entre eles a brasileira Karoline Santana, 25 anos e seu marido Sam Chan.
- No fim da tarde, minutos após o capitão reabastecer a embarcação, o barco explodiu.
- Imagens de CCTV mostram as pessoas correndo e em pânico, saindo do barco em chamas para se salvar.
- Karoline, sem família na Austrália, ainda está no Hospital North Shore em Sydney, de onde deu essa entrevista.
- A polícia de New South Wales disse que a investigaçao policial sobre a causa da explosão continua.
Karoline com as amigas no barco antes da explosão: "O dia estava maravihoso" Source: Supplied
Karine continua no hospital Royal North Shore em Sydney, onde se recupera das queimaduras que cobriram 30% do seu corpo. Sam recebeu alta e permanece ao seu lado, ele que teve 5% do corpo queimado.
Explosão: “Foi um dia maravilhoso e acabar como acabou...”
Onze pessoas estavam em uma marina perto da Dangar Road, no bairro de Brooklyn, pouco depois das 5 da tarde do domingo de páscoa, 4 de abril, quando o barco pegou fogo, após o capitão virar a chave da ignição.
Imagens capturadas por CCTV mostraram a explosão do barco de 28 pés no rio Hawkesbury e pessoas perto ou dentro do barco saindo da embarcação com os corpos ainda em chamas.
“Depois da parada para reabastecer, assim que ‘o nosso amigo’ [capitão do barco], ligou o barco, ele explodiu. Não consigo explicar a sensação quando todo aquele fogo abraçou o meu corpo, e o desespero de sair daquele barco, o desespero de tentar se salvar”, conta Karoline.
Lembro de ter rolado no chão, lembro que minha mãe me disse se alguma vez eu pegasse fogo era para rolar no chão que apagava. Eu olhei para minhas pernas e comecei a gritar, porque tudo que eu vi foi minha pele branca, minha pele pendurada.
"Quando eu cheguei no hospital – primeira vez que fizeram a raspagem para tirar a pele queimada, eles me sedaram mas eu estava ciente de tudo que estava acontecendo, foi traumatizante," conta Karoline Source: GFM page
“Lembro de eu sentada no chão em pânico, perguntando para o meu marido, como estava meu rosto, pedindo ajuda. Quando eu olhei eu não estava mais em chamas, mas a dor era inexplicável. Depois me me colocarem num chuveiro, a dor crescia, continuava queimando, por mais que não tivesse mais fogo,” recorda Karoline.
Tratamento no hospital: “Somos sedados a cada troca de curativo e raspagem da pele”
Pelo menos quatro pessoas permanecem no hospital com queimaduras graves, todos na mesma ala que Karoline. Uma jovem mexicana continua na Unidade de Terapia Intensiva, com 60% do corpo queimado.
“Passei por quatro procedimentos onde eles me colocam sob anestesia geral e esfregam a pele para tirar toda a carne morta, bactéria, já fiz isso 4 vezes. Ainda não fiz enxerto, tenho 25 anos, sou nova, os médicos estão com esperança que minha pele vá se regenear sozinha. Estão esperando ao máximo antes de fazer o enxerto. A cada troca de curativos, eles sedam a gente.”"Quando eu cheguei no hospital – primeira vez que fizeram essa raspagem para tirar a pele morta dependurada, eles me sedaram mas eu estava ciente de tudo que estava acontecendo, foi traumatizante."Futuro: “Estou viva e é bola pra frente né?”
O que era para ser um passeio de barco com os amigos se transformou em um pesadelo que colocou vidas em risco Source: Greg Manning FB page
Sam Chan, que sofreu queimaduras em 5% do corpo, recebeu alta do hospital mas permanece na ala de queimados ao lado de Karoline Source: Supplied
“Foi um dia maravilhoso, e acabar como acabou, de olhar para minhas fotos de antigamente e olhar para mim hoje e pensar e ter que aceitar essa é a Karoline de agora, que vai ser difícil, que graças a Deus estou viva e é bola pra frente né? Temos que olhar isso como uma segunda chance de viver.”
Ouça o depoimento emocionado de Karoline Santana, e testemunhos de Sam Chan, seu marido, que agradeceu o apoio e carinho recebidos da comunidade brasileira na Austrália, "temos ainda muitos desafios pela frente", e da empresária Cristina Talacko, que tem divulgado as campanhas de apoio a Karoline e demais sobreviventes da tragédia. “Existem gastos enormes e acho que a solidariedade sempre foi uma das características do brasileiro. Cada um ajudando um pouquinho, como somos vários, isso pode refletir numa ajuda importante num momento crítico.”Siga a no , e
Karoline e Sam Source: GFM page