As fronteiras internacionais da Austrália não serão abertas tão cedo e isso deverá ter um impacto direto na entrada de imigrantes no país.
O tesoureiro Josh Frydenberg deu recentemente a atualização econômica do governo federal, revelando que a imigração líquida externa (NOM) deve cair massivamente 80% em 2020-21, em comparação com o ano fiscal passado.
O tamanho e a composição do programa de imigração são definidos todos os anos através do processo de orçamento do governo australiano.
Source: AAP
A entregue recentemente, antes do Orçamento a ser apresentado em 6 de outubro de 2020, revelou que a imigração líquida da Austrália vinda do exterior cairá de 154.000 em 2019-20 para apenas 31.000 em 2020-21.
"O governo implementou proibições internacionais de viagens em março de 2020. Isso impediu todas as chegadas de visitantes e vistos de imigração temporária e também cidadãos australianos e residentes permanentes de sair da Austrália", diz o documento.
O governo disse que os números serão significativamente afetados por restrições de viagens internacionais e restrições à capacidade dos candidatos de atender aos requisitos do pedido de visto.
“Entre julho e dezembro de 2020, presume-se que apenas cidadãos, residentes permanentes, neozelandeses e um pequeno número de estudantes internacionais possam viajar para a Austrália, com base na política anunciada até o momento.
“De 1 de janeiro a 30 de junho de 2021, supõe-se que a proibição de viagens seja suspensa, mas que é necessário um período de quarentena de duas semanas para a chegada à Austrália. Isso leva à retomada das chegadas de imigrantes temporários e permanentes, mas em níveis mais baixos do que o normal '', previu o governo.
A imigração líquida vinda do exterior leva em consideração quantas pessoas entram na Austrália e permanecem por mais de 12 meses, em comparação com quantas pessoas saem do país pelo mesmo período.
Imigrantes serão cruciais para a recuperação econômica pós-COVID-19
Mark Glazbrook, agente de imigração registrado com sede em Adelaide explica que com a redução do número de imigrantes, o programa de imigração permanente, que ainda será anunciado para este ano, provavelmente também será impactado.
"Com a imigração prevista em torno de 31.000, é provável que o programa permanente também seja reduzido de 160.000 ou que o total de 160.000 seja apenas uma meta e que as concessões de vistos permanentes permaneçam mais perto de 100.000", disse Glazbrook.
Ele diz que reduzir a imigração afetará negativamente a economia, especialmente os negócios no interior da Austrália.
“Agora não é hora de reduzir a imigração para a Austrália, pois existem muitos setores-chave e críticos da indústria que não conseguem atender às necessidades atuais e futuras da força de trabalho”, disse Glazbrook.
ملايين الدولارات لتشجيع الاستراليين على الانتقال من المدن الكبرى الى الاقاليم Source: Pixabay
"Isso pode não ser um problema nas grandes capitais, no entanto, tem sido uma preocupação de longo prazo para as jurisdições regionais, rurais, remotas e de baixo crescimento populacional da Austrália", disse ele.
Ele pede para que o governo reconsidere as baixas taxas de imigração.
“Enquanto continuarmos em tempos de incerteza, é importante que nossos líderes estaduais e federais lembrem que vistos e imigração são mais do que apenas crescimento populacional. É importante que nossos futuros programas de imigração sejam considerados no contexto mais amplo de envelhecimento, desemprego, dados demográficos de nossa força de trabalho e base populacional, produtividade, fertilidade, atividade econômica, emprego e qualificação, demanda atual e futura de força de trabalho, sustentabilidade comercial, entrada de estudantes internacionais, despovoamento regional e perda de imigração interestadual líquida (NIM), pois todas essas categorias serão impactadas de maneira positiva ou negativa, dependendo da estrutura e configurações futuras do programa de imigração, em particular os programas regionais e de baixo crescimento populacional da Austrália", disse.
Abul Rizvi, ex-vice-secretário do Departamento de Imigração, que atualmente está fazendo um doutorado sobre as políticas de imigração da Austrália opina que o governo não tem muitas opções no momento.
"Dada a taxa de desemprego, o governo pode fazer muito pouco a curto e médio prazo", disse Rizvi.
Ele teme que a taxa de entrada de imigrantes possa ser menor se as fronteiras forem mantidas fechadas.
"A queda na imigração líquida externa para 31.000 em 2020-21 não é de todo surpreendente e pode, de fato, ser ainda menor se a reabertura das fronteiras internacionais não acontecer em janeiro de 2021", disse ele.
Rizvi sugere que é hora de focar nos vistos de parceiros e negócios.
"A curto e médio prazo, eu sugeriria que o Departamento se concentrasse em limpar a lista de pendências de parceiros econômicos – dentro e fora do país - e se concentrasse nas habilidades de negócios e nos vistos patrocinados por empregadores (temporários e permanentes), pois eles farão o máximo para ajudar na recuperação econômica".
Impacto do COVID-19 nos detentores de vistos temporários
Em resposta à pandemia do COVID-19, o governo anunciou uma série de alterações em determinados vistos temporários.
Austrália deve atrair os neozelandeses para a residência permanente
Enquanto o mundo enfrenta a pandemia de COVID-19, a Austrália incentiva os neozelandeses a se tornarem residentes permanentes.
O governo incentivará a adoção de uma estratégia para atrair Neozelandeses para residência permanente, reduzindo o requisito de elegibilidade de renda do visto Skilled Independent (subclasse 189) para cidadãos Neoelandeses elegíveis.
“A qualificação para o Caminho de residência permanente será estendida aos portadores de visto da Categoria Especial (subclasse 444) que tenham uma renda tributável igual ou superior ao Limite de Renda de Imigrantes Qualificados Temporários por pelo menos três dos últimos cinco anos de renda, incluindo o ano mais recente”, de acordo com o governo.
"O governo também fornecerá informações públicas mais claras sobre o programa ‘Caminho’, promoverá uma campanha publicitária e entrará em contato com possíveis candidatos elegíveis".
Alterações nos vistos de estudante e de pós-graduação temporário
O governo disse que, para garantir que o COVID-19 e as restrições de viagem relacionadas não afetassem indevidamente estudantes internacionais e sua elegibilidade para vistos de trabalho pós-estudo, a taxa de solicitação de visto para portadores de visto de estudante (subclasse 500) que sejam obrigados a apresentar um pedido de visto de estudante adicional para concluir seus estudos ou permanecer na Austrália como resultado de restrições de viagem seria isentada.
“Estudantes internacionais e recém-formados que são elegíveis para um visto de pós-graduação temporário (subclasse 485) e [são] incapazes de viajar para a Austrália também poderão se inscrever enquanto estiverem no exterior”.
Alterações nos vistos temporários para apoiar a força de trabalho agrícola
O governo disse que fez alterações temporárias para permitir que os portadores de vistos temporários que atualmente trabalham no setor agrícola continuem trabalhando na Austrália durante o COVID-19.
Os portadores de visto Working Holiday Maker (subclasse 417 e 462) que atualmente trabalham no processamento de alimentos ou no setor agrícola terão direito a um visto adicional e estarão isentos da limitação de seis meses de trabalho com um empregador.
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"Os trabalhadores do Programa de Trabalhadores Sazonais e do Programa de Trabalho do Pacífico, e outros portadores de vistos atualmente no setor agrícola cujos vistos estão expirando, podem ter seus vistos prorrogados por até 12 meses para trabalhar para empregadores aprovados".
Alterações no visto Working Holiday Maker
O Governo introduziu alterações nos vistos Working Holiday Maker (subclasses 417 e 462) para permitir que obras, recuperação de desastres pagos e voluntários em uma área do governo local com um desastre natural declarado sejam reconhecidos como “trabalho específico”.
"Os trabalhadores no visto Working Holiday Maker envolvidos no trabalho de recuperação de desastres também podem trabalhar para o mesmo empregador por até 12 meses".
As pessoas na Austrália devem ficar pelo menos a um metro e meio de distância dos outros. Confira os limites no seu estado ou território para o número máximo de pessoas em encontros e reuniões.
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