A presença destes golfinhos é associada à limpeza das águas do estuário – águas limpas de poluição mas férteis em alimento.
Ao longo da história, o estudo do clítoris tem sido negligenciado – e não falamos só na nossa espécie. Para colmatar esta falha, uma equipa de cientistas dos Estados Unidos estudou este órgão num outro mamífero que faz sexo não apenas com um propósito reprodutivo, o golfinho-roaz fêmea.
Os resultados estão disponíveis num artigo publicado na revista científica Current Biology, onde se sugere que o clítoris dos golfinhos fêmea é funcional. Mais: ao analisarem-se as características deste órgão em pormenor, também se propõe que, provavelmente, está ligado ao prazer sexual nestes animais. Esta investigação dá-nos assim mais umas pistas sobre a sexualidade feminina na natureza.
Quando iniciaram este trabalho, Patricia Brennan e a sua equipa estavam bem conscientes de algo: tinham sido feitos poucos estudos sobre o clítoris e o prazer sexual.das fêmeas na natureza.
“Na verdade, até o clítoris humano não foi completamente descrito até aos anos 90”, assinala-se num comunicado sobre o trabalho. Localizado na parte superior da vulva, o clítoris é um órgão do aparelho genital feminino ligado ao prazer sexual.
A equipa destas investigadoras decidiu tentar entender melhor o clítoris de fêmeas dos golfinhos-roazes (Tursiops truncatus). Estes mamíferos são extremamente sociais e fazem sexo também para manter os laços sociais, reforça-se no comunicado. Além disso, já se tinha observado que os golfinhos fêmea tinham o clítoris numa zona da vagina que tornava provável a sua estimulação durante as relações sexuais.
Durante a análise, verificou-se que o clítoris dos golfinhos fêmea tinha grandes áreas de tecido eréctil, que ao encher-se de sangue tem a capacidade de se erguer – tal como o clítoris humano.
Os golfinhos fêmea têm estruturas sensoriais muito semelhantes aos corpúsculos ligados ao prazer encontrados nos humanos. No artigo científico, refere-se que “o estudo sugere que os golfinhos fêmea, provavelmente, sentem prazer quando o clítoris é estimulado durante a cópula”.
Para Patricia Brennan, não há dúvidas de que estudar e entender os comportamentos sexuais na natureza é uma parte fundamental da compreensão dos animais e pode até vir a ter aplicações médicas importantes no futuro.