O Estado português retoma o controlo maioritário (72,5%) da principal companhia aérea no país, a TAP Air Portugal. É o epílogo das negociações com o empresário David Neelman, a quem o Estado comprou, por 55 milhões de euros, os 22,5% do capital que ele detinha, com cláusula que lhe permitia administrar a companhia aérea.
A TAP Air Portugal era partilhada em partes iguais (50%) pelo estado português e por um consórcio privado liderado por David Neelman, empresário com presença na aviação tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Nessa parte privada, Neeleman dispunha de 22,5%, quota idêntica era e continua a caber ao empresário português Humberto Pedrosa, e 5% a um grupo de trabalhadores da TAP.
A companhia aérea de bandeira de Portugal tem 10.500 trabalhadores, possui uma frota com 107 aviões (dos quais, 78 são Airbus) e, antes da pandemia, voava para 96 destinos em 38 países. É uma companhia aérea com desempenho principal nas ligações entre o Brasil e a Europa. A TAP liga Lisboa com 11 destinos no Brasil.
Esta exploração é próspera, tal como as ligações com África, mas a companhia aérea tem somado prejuízos que se tornaram dramáticos com a paragem imposta pela pandemia.
Tal como a maioria das companhias aéreas, a TAP precisa de apoio financeiro para resistir. O Estado português, para participar nesse apoio estimado para já em 1,2 mil milhões de euros, pôs condições que o privado Neeleman não acompanhou – o que levou a esta semi-nacionalização da companhia aérea, no âmbito de um processo de reestruturação que tem despedimentos e redução de voos no horizonte imediato, efeito da crise.
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