De acordo com nota do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Milu disse que conversava com a filha, ao telefone, quando ouviu barulho e gritos de um homem, pedindo que a empresária abrisse a porta do apartamento.
A mãe afirma que reconheceu a voz de Mário Marcelo Santoro e que, após o fato, não conseguiu mais contato com a filha.
De acordo com a AAP, Milu disse que ouviu Santoro gritando ‘abra a porta, eu quero falar com você’. Cecilia teria dito que não queria falar com ele e por duas vezes ameaçou chamar a polícia.
Milu contou também que, de acordo com Cecilia, no começo do relacionamento Santoro a tratava como uma princesa, mas que depois que eles terminaram ele se tornou obsessivo e começou a “persegui-la”.
O telefonema entre mãe e filha teria ocorrido na hora do almoço no sábado dia 28 de abril, dia do desaparecimento da empresária. Menos de 24 horas depois, o corpo de sua filha seria encontrado no rio Lane Cove, em Sydney, por dois caiaquistas.
No depoimento, Milu disse que sua filha tinha mostrado preocupação com Santoro, mas que como tinha acabado de ter feito uma cirurgia de coração, acreditava que a filha estava tentando poupá-la e não falava muito sobre o ex-namorado.
“No telefonema eu disse para ela ir até a janela do apartamento e ter certeza que ele tinha deixado o prédio, ela me deu certeza que ele tinha ido embora. Eu pedi para ela contratar um segurança particular, mas ela disse que seria muito caro. Cecilia me disse que Santoro tinha um vôo marcado para retornar ao Brasil na segunda-feira 30 de abril, e que não haveria mais necessidade de se preocupar depois disso. Eu nunca mais ouvi sua voz," disse a mãe, chorando muito.
Depois que Cecilia não falou com ela no dia seguinte, como haviam combinado, Milu começou a enviar uma série de mensagens cada vez mais desesperadas para a filha pelo messenger do Facebook.
"Eu recebi uma mensagem da conta dela me dizendo que ela estava indo para as montanhas até quinta-feira. Era óbvio, pelo tom e conteúdo, que era alguém fingindo ser ela."
O ex-marido de Cecilia, Felipe Torres, também testemunhou.
Marcelo dos Santos Santoro não esteve presente durante o depoimento da mãe de Cecilia, Milu Mueller e de Felipe Torres, que pediram que ele não comparecesse pois se sentiam nervosos com a presença do acusado na mesma sala.
Source: SBS News
“Ela vivia em pânico,” depõe amiga brasileira em Sydney, por videoconferência
Rita de Cássia Maciel, amiga de Cecília Haddad e que vive em Sydney, também depôs na audiência da 2ª Vara Criminal da Comarca do Rio. Ela foi ouvida através do sistema de videoconferência. “Cecília vivia em pânico, com medo. Ela estava dormindo na casa de amigos, por causa das ameaças,” afirmou .
Segundo Rita de Cássia, Mário Marcelo Ferreira dos Santos Santoro, o ex-namorado de Cecilia que está preso, “não aceitava o fim do relacionamento.” “Ela tinha medo de ficar em casa sozinha, de ir para o trabalho, de dirigir o próprio carro.”
Quando Cecilia desapareceu, Rita disse que queria ir para a polícia mas seu marido pediu para ela esperar 24 horas.
Após as testemunhas de acusação se pronunciarem, a defesa solicitou uma nova data para o interrogatório de Santoro e entrou com mais um pedido de relaxamento de prisão alegando que Santoro “é réu primário, possui residência fixa, bons antecedentes, com proposta de emprego.”
O juiz Daniel Werneck Cotta determinou uma nova data para julgamento, 17 de dezembro de 2018, às 13h30.
No dia 24 de outubro Santoro teve Habeas Corpus negado por unanimidade da sexta câmara criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio. A audiência do dia 31 de outubro ocorreu na 2ª Vara Criminal, no Centro do Rio.
Cecília Muller Haddad morava e trabalhava em Sydney. O corpo da brasileira foi encontrado boiando em um Rio, com sinais de estrangulamento. O ex-namorado, Mário Marcelo Santoro, foi preso na casa de parentes no Rio.