A carioca Chloé Calmon é a campeã do evento de estreia do Circuito Mundial de Surf, o Noosa Longboard Open, que aconteceu nas praias de Sunshine e Castaways de Noosa, na Austrália.
Chloé agora acumula 6 mil pontos, seguida pela havaiana Honolua Bloomfield com 4.500. Após uma bateria disputadíssima, Chloé mostrou domínio e colocou Honolua em segundo lugar na competição em Noosa.
Para Chloé a vitória foi resultado de muito treino, trabalho duro e disciplina, e daqui para frente a pressão só aumenta. “Você sendo a número um do mundo sempre tem mais pressão pois todos os olhos estão voltados para você. Quando tem um próximo evento eu costumo zerar tudo o que aconteceu antes - sendo uma vitória ou derrota - eu tento tirar o máximo de inspiração para continuar firme e forte nos treinos e dar o meu melhor na próxima competição," disse.“Porque a sensação ali em Noosa, de ouvir que eu tinha ganho e de ter toda a a galera da praia gritando e torcendo é um sentimento que vale a pena todo esforço e todo treino possível então eu faço de tudo para sentir essa sensação de novo,” disse Chloé.
Chloe Calmon celebra a vitória em Noosa: “A Austrália é o local para ver e ser visto, você vai fazer o seu nome indo para a Austrália, é algo muito muito importante.“ Source: WSL/Jack Barripp
Para ela a vida de viagens, sempre de um país para o outro, competindo, tem suas compensações. “O mais legal de viajar o mundo surfando é que você consegue fazer amigos de todas as nacionalidades possíveis. Nesse dia em Noosa, quando conquistei a vitória, eu tinha amigos da França, Austrália, Portugal, Estados Unidos, Uruguai na praia.
Chloé recorda que, naquele dia, à medida que as baterias iam passando, e ela vencendo, o grupo de apoiadores ia aumentando. “É muito importante você ter o suporte de alguém, eu sempre viajei com família, meu treinador, mas dessa vez eu estava sozinha, foi muito bom ter o apoio dos meus amigos ali para comemorar.“
Vencer na Austrália para Chloé teve um gosto especial. “A Austrália é um lugar mágico. Me sinto muito à vontade, a adaptação é fácil, por conta do clima, da relação com a natureza, estilo de vida, lembra muito o Brasil.
"Uma coisa é ganhar, o que já é especial, outra coisa é ganhar na Austrália que é um celeiro de atletas de altíssimo nível. Tem uma cultura no surf, no longboard, muito forte."
Vencer na Austrália para Chloé teve um gosto especial. “A Austrália é um lugar mágico. Me sinto muito à vontade, a adaptação é fácil, lembra muito o Brasil." Source: WSL/Jack Barripp
Bom ano para o surf brasileiro
Para Chloé, com a sua vitória em Noosa e o segundo lugar de Jadson André no Vissla Sydney Pro em Manly, o início de temporada que aconteceu na Austrália foi incrível para o Brasil.
“A gente pode não ter um point break, pelo menos aqui no Rio de Janeiro, uma onda perfeita como tem aos montes aí na Austrália, mas a gente tem muito talento, muito atleta com força de vontade para chegar lá e marcar seu nome na história do surfe.
“Mais do que a qualidade e talento dos atletas acho que a perseverança e dedicação do atleta brasileiro é uma coisa de outro mundo. Isso é muito nosso, a gente torna a adversidade uma maneira de empurrar a gente para cima.”
Para a atleta, não só o surfe, mas o esporte faz parte do DNA do brasileiro, que na sua opinião vence pela perseverança. ”Em todas as vertentes do surf o brasileiro tem demarcado bastante o seu território, mostrando que o Brasil é sim uma potência no surfe.”
Bom começo de ano para o surf brasileiro: Jadson André celebra o segundo lugar no 2019 Vissla Sydney Surf Pro realizado em Manly Beach, Sydney Source: WSL/Matt Dunbar