Foi um tremor de terra com intensidade 5,3 na escala de Richter e epicentro no Oceano Atlântico, a cerca de 60 quilômetros para oeste de Sines, um porto industrial e piscatório na metade sul de Portugal.
O tremor não causou danos, nem pessoais, nem materiais. Foi apenas o susto e o alerta que está a pôr toda a mídia a pesquisar e discutir a preparação de Portugal para uma emergência natural, como um sismo ou tsunami.
Todos os portugueses conhecem dos relatos nos livros de história a catástrofe que foi o terremoto de Lisboa em 1 de novembro de 1755. Então, para além do terremoto seguido de maremoto, ficou desencadeado um incêndio que durou vários dias.
A população da cidade de Lisboa foi dizimada e quase todos os edifícios ruíram ou desapareceram em chamas. Na sequência desse terremoto, o então rei D. José I encarregou o Marquês de Pombal de recriar a cidade de Lisboa, com a baixa da cidade concebida em quadrícula, plano que se mantém hoje.
Muitos edifícios antigos não têm construção anti-sísmica e estão agora outra vez em discussão as medidas que importam tomar.
O abalo desta segunda-feira, apesar de forte, não causou estragos aparentes porque, explicam engenheiros e sismólogos, o epicentro aconteceu a grande profundidade no mar. Mesmo assim, o abalo foi sentido em países vizinhos de Portugal, como Espanha e Marrocos.
Portugal situa-se, geologicamente, na Placa Euro-asiática, limitada ao sul pela falha ativa Açores-Gilbraltar, correspondente à fronteira entre as Placas Euro-asiática e Africana, e a oeste do continente localiza-se a falha dorsal do Oceano Atlântico.
A maioria dos sismos registados em Portugal deve-se às várias falhas ativas na região, mas existem outras capazes também de gerar sismos destrutivos em terra. Algumas dessas falhas são bem conhecidas, mas há ainda muitas outras que permanecem por descobrir e estudar.
Depois do grande terremoto de 1755, Portugal continental tem muito raramente sido surpreendido com atividade sísmica, mas há uma região portuguesa em que a terra treme com frequência – as 9 ilhas dos Açores – isso, por vezes, mascara o real risco de terremoto devastador.
Os cientistas alertam para esse risco.
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